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Governo rejeita "chantagens" depois de Coca-Cola suspender investimento em Portugal
O ministro da Economia garante que não está "atento a chantagens" depois de a empresa norte-americana ter decidido suspender um investimento de 40 milhões na fábrica da Refrige em Palmela, devido à criação da "fat tax".
O Governo diz que rejeita ser chantageado por empresas, depois de a Coca-Cola ter suspendido um investimento em Portugal devido à criação da "fat tax" para os refrigerantes no próximo ano.
"O Governo não deve estar atento a chantagens desse género, os investimentos em Portugal devem ser feitos por empresas que querem apostar na economia portuguesa e pelas condições de competitividade que oferece", disse o ministro da Economia em audição no Parlamento esta terça-feira, 15 de Novembro.
"Penso que essa empresa vai continuar a trabalhar e a ter investimentos em Portugal e neste momento está a tentar fazer um trabalho de ‘lobby’, eventualmente legítimo", salientou Manuel Caldeira Cabral.
A Coca-Cola European Partners tinha previsto realizar um investimento de 40 milhões de euros para ampliar a fábrica Refrige, em Palmela, mas suspendeu o projecto, conforme avançou o jornal Expresso a 5 de Novembro.
A empresa suspendeu os seus planos por o imposto sobre as bebidas açucaradas variar entre os 8 e os 16 cêntimos por litro, conforme a proposta para o Orçamento do Estado para 2017.
O ministro estava a responder ao deputado do CDS, Pedro Mota Soares, que tinha apontado que o aumento da carga fiscal sobre este sector iria causar danos em futuros investimentos.
Na sua intervenção, o ministro insinuou que o CDS estava a fazer um trabalho de ‘lobby’ pela Coca Cola. "Não sei se é um trabalho ao qual o grupo parlamentar do CDS se deva associar, pelo menos dessa maneira, pelo menos com tanta clareza". "Penso que fica consigo, não sei se o grupo parlamentar do CDS se revê nessa sua posição", apontou Caldeira Cabral.
Em resposta, o deputado do CDS rejeitou estar a fazer ‘lobby’ pela Coca-Cola. "O senhor ministro acusou a minha bancada de fazer ‘lobby’ em nome de uma empresa, mas eu recebi aqui os trabalhadores dessa empresa, um sindicato de trabalhadores afiliado na CGTP, que nos veio dizer que medidas como estas afectam o investimento e os postos de trabalho", afirmou Pedro Mota Soares.