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Governo de Rajoy diz que decisão da Generalitat “não é admissível”
O Governo central reiterou que não é possível legitimar o resultado de um referendo "ilegal e fraudulento". Os próximos passos serão decididos num conselho de ministros extraordinário agendado para esta manhã.
O Executivo de Mariano Rajoy considera que "não é admissível fazer uma declaração implícita de independência para imediatamente depois deixá-la suspensa de forma explícita", segundo referiram fontes do Palácio da Moncloa, citadas pelo Expansión.
Foi a reacção do Governo de Espanha à decisão de Carles Puigdemont de declarar unilateralmente a independência da Catalunha e suspendê-la durante várias semanas para abrir a porta às negociações com Madrid de uma possível solução concertada para aquela região.
O Executivo sublinha, porém, que "não é possível dar validade à lei do referendo suspensa pelo Tribunal Constitucional" nem aos resultados de uma consulta popular "fraudulenta e ilegal". De acordo com as mesmas fontes, é ilegal supor que os catalães "disseram que querem independência".
Após o discurso de Puigdemont, ao final da tarde de ontem, a vice-presidente do Governo espanhol instou o líder do Executivo regional catalão a regressar ao caminho da legalidade se quer que existam negociações, acrescentando que Carles Puigdemont não tem o direito de exigir uma mediação das conversações com o Governo central.
"Nem o senhor Puigdemont nem qualquer outra pessoa podem reclamar (...) impor uma mediação. Qualquer diálogo entre democratas deve ter lugar dentro da lei," afirmou Soraya Saenz de Santamaria, citada pela Reuters.
O Governo agendou para as 9:00 desta quarta-feira (8:00 de Lisboa) um conselho de ministros extraordinário para preparar a resposta à declaração de independência da Catalunha. Segundo a imprensa espanhola, Mariano Rajoy esteve reunido ontem à noite Pedro Sánchez e hoje falará com Albert Rivera, líder do Cidadãos, para analisar a possível activação do artigo 155 da Constituição de Espanha que suspende total ou parcialmente o estatuto de autonomia da região.