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FMI avisa que a Rússia está perto de entrar em recessão

A instabilidade que se vive no leste da Ucrânia a que se somam os receios em torno do escalar da crise e as sanções económicas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia a Moscovo empurram a economia emergente para a recessão.

Reuters
Negócios 30 de Abril de 2014 às 13:45
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa, pela segunda vez em Abril, as perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia. Os riscos geopolíticos fizeram cair as estimativas do FMI sobre o crescimento do PIB russo em 2014, divulgadas no início de Abril, de 1,3% para 0,2%.

 

Citado pela Bloomberg, o documento divulgado, esta quarta-feira, 30 de Abril pelo FMI refere que “o crescimento está a abrandar de forma significativa, em grande medida devido às incertezas provocadas pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia”. O documento da instituição internacional aconselha “uma política monetária mais apertada”.

 

As sanções económicas impostas pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, que ainda esta semana foram alargadas a vários nomes e empresas próximos do Presidente russo Vladimir Putin, fizeram com que nos primeiros três meses do ano a fuga de capitais da Rússia tenha atingido o valor de 50,6 mil milhões de dólares.

 

Na totalidade de 2013 o fluxo de capitais que abandonou o sistema financeiro russo quedou-se em 63 mil milhões de dólares. Os indicadores que apontam para a crescente degradação das condições económicas da Rússia avolumam-se. Esta quarta-feira o rublo caiu 0,4% para 35,74 dólares, tendo já somado 8% de desvalorização desde o início do ano, o segundo pior registo entre 24 economias emergentes, escreve a Bloomberg.

 

O chefe de missão do FMI para a Rússia, António Spilimbergo, explica que o impacto das sanções económicas impostas pode ser claramente ultrapassado pela fuga de capitais que pode atingir 100 mil milhões de euros em 2014.

 

Para evitar os riscos crescentes de inflacção, o Banco Central da Rússia elevou, em 25 de Abril, a taxa de juro para 7,5%. No mesmo dia a agência de notação norte-americana Standard & Poor’s tinha cortado o rating da Rússia para BBB-, um nível apenas acima da classificação de “lixo”.

 

Moscovo tenta minimizar efeitos do isolamento internacional

 

Em paralelo a todos os desenvolvimentos dos últimos meses o regime liderado por Putin encetou um conjunto de negociações e acções diplomáticas que lhe permitam abrir novos horizontes e destinos de escoamento para as suas exportações, em especial a de produtos energéticos.

 

Com a possibilidade de interrupção do fornecimento de gás natural através dos gasodutos que atravessam a Ucrânia e pressionado pela vontade europeia de reduzir significativamente a dependência energética face a Moscovo, o Kremlin tenta encontrar alternativas.

 

Em Maio, Moscovo e Pequim poderão assinar um acordo a 30 anos para o abastecimento de gás russo à segunda maior economia mundial. Entretanto a Bloomberg escreve que a empresa estatal russa, Gazprom, acordou com a congénere austríaca OMV a extensão de gasodutos do sector South Stream para a Áustria.

 

Os primeiros abastecimentos, previstos para 2017, foram acordados precisamente no mesmo dia em que a UE aprovou a imposição de novas sanções económicas a Moscovo.

 

O chanceler austríaco Werner Faymann considerou estas sanções “exageradas” enquanto a OMV explicou que este projecto irá significar um claro aumento da segurança energética para o país. Os investidores estão a acolher de forma positiva este acordo, estando a OMV a valorizar 0,54% para 33,76 euros por acção.

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