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FMI diz que coronavírus põe em risco a economia mundial

Vírus coloca em causa a recuperação da economia mundial. FMI manifestou abertura para ajudar financeiramente os países mais pobres e vulneráveis

Reuters
23 de Fevereiro de 2020 às 16:53
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou este domingo, 23 de fevereiro, que o surto do novo coronavírus coloca em risco a recuperação económica mundial e manifestou disponibilidade para ajudar financeiramente os países mais pobres e vulneráveis.

"Acima de tudo, o vírus Covid-19 é uma tragédia humana, mas também tem impacto económico negativo. Relatei ao G20 que, mesmo no caso de rápida contenção do vírus, o crescimento na China e no resto do mundo seria afetado. Obviamente que todos esperamos uma recuperação rápida, mas, dada a incerteza, seria prudente prepararmo-nos para cenários mais adversos", disse a diretora-geral do FMI.

Na declaração final da reunião dos ministros das Finanças e de governadores de bancos centrais do G20, que decorreu no sábado e hoje em Riade, na Arábia Saudita, Kristalina Georgieva sublinhou que o surto do novo coronavírus interrompeu a atividade económica na China e poderá colocar em risco a sua recuperação.

A diretora-geral do FMI considera fundamental a cooperação internacional para a contenção do Covid-19, tanto ao nível do impacto humano, como económico. "Precisamos de trabalhar juntos para conter o Covid-19, especialmente se o surto se mostrar mais persistente e generalizado", frisou.

Nesse sentido, sublinhou que o FMI "está pronto para ajudar", nomeadamente através do Fundo de Contenção e Ajuda em Catástrofes, para "fornecer subsídios para o alívio da dívida de membros mais pobres e vulneráveis".

Na reunião de Riade foram também discutidos outros riscos e desafios que exigem soluções globais, como os altos níveis de dívidas em países e empresas, alterações climáticas, crescimento lento e inflação baixa.

"Além das políticas a nível nacional, muitos desafios são globais e exigem soluções globais. Discutimos vários deles em Riad, incluindo a solução de desafios tributários que surgem da digitalização da economia, fortalecimento da transparência e sustentabilidade da dívida e a construção de um sistema financeiro mais aberto e resiliente", afirmou a diretora-geral do FMI.

Kristalina Georgieva considerou ainda que é necessário cooperação para reduzir "a incerteza sobre o comércio global" e que o mundo deve colaborar para aumentar a mitigação e a adaptação às alterações climáticas.

"O Covid-19 é um forte lembrete das nossas interconexões e da necessidade de trabalharmos juntos. Nesse sentido, o G20 é um fórum importante para ajudar a colocar a economia global numa base mais sólida", concluiu a diretora-geral do FMI na declaração final da reunião de Riade.

Desde que foi detetado no final do ano passado, na China, o coronavírus Covid-19 provocou 2.467 mortos e infetou mais de 78 mil pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, em particular na província de Hubei, no centro do país, a mais afetada pela epidemia.

Além de 2.442 mortos na China continental, morreram oito pessoas no Irão, quatro no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, cinco na Coreia do Sul, duas em Itália, uma nas Filipinas, uma em França, uma nos Estados Unidos e uma em Taiwan.

 

 

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