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Ferreira Leite diz retoma da economia depende de «gatilho psicológico»

A retoma da economia nacional, que registou contracções homólogas nos últimos três trimestres, depende do accionamento de um «gatilho psicológico» que possa restaurar a confiança aos agentes económicos, afirmou hoje a ministra das Finanças Ferreira Leite.

25 de Junho de 2003 às 17:09
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A retoma da economia nacional, que registou contracções homólogas nos últimos três trimestres, depende do accionamento de um «gatilho psicológico» que possa restaurar a confiança aos agentes económicos, afirmou hoje a ministra das Finanças Ferreira Leite.

A Governante citava o congénere francês, Francis Mer, que afirmou, há dois dias, que, apesar da melhoria da conjuntura internacional ainda esperava «pelo gatilho psicológico que é a chave do crescimento».

As declarações da ministra marcam uma inversão de discurso do Governo que optou sempre por dramatizar o estado da economia e finanças para conseguir o apoio da sociedade na tomada de decisões pouco populares, como a Reforma da Adminitração Pública, a nova tributação do imobiliário e o Código do Trabalho, entre outras.

A atitude de dramatizar em vez de apostar num maior optimismo mereceu as críticas de parceiros sociais e economistas que defenderam que «a teoria da crise» levou a que empresários e famílias adiassem as suas decisões de investimento e consumo.

Ferreira Leite considera que, neste momento, já estão reunidas todas as condições para que se inicie a retoma económica.

Resta apenas «pressionar o gatilho psicológico» para que se inicie a retoma económica, afirmou Ferreira Leite, durante o Segundo Colóquio Internacional sobre Seguros e Fundos de Pensões, citando Francis Mer.

A confiança dos consumidores interrompeu em Maio passado a evolução descendente que se verificava desde Abril do ano passado, com os portugueses menos pessimistas acerca da economia e desemprego.

Em Maio os portugueses apresentaram-se menos pessimistas sobre as perspectivas de evolução da situação económica das famílias e do país e da evolução do desemprego, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

As actuais análises económicas dão já conta, segundo a ministra, de «alguns sinais», ainda que ténues, de recuperação económica pelo que «2004 será, na minha opinião, um ano de crescimento, ainda que não muito pujante».

A ministra não esclareceu que sinais seriam esses.

Esta expectativa coincide com a visão do Banco de Portugal que prevê uma melhoria económica para 2004, mas um crescimento mais forte a partir de 2005.

Défice externo pode cair para 4% do PIB em 2004

O crescimento da economia nacional depende em grande parte da evolução da conjuntura dos seus principais parceiros económicos, onde se destacam a Espanha e a Alemanha.

O défice externo caiu em 2002 para níveis abaixo dos 6% do PIB e, se se mantiverem os sinais actuais, em 2003, poderá descer mesmo abaixo dos 4%, a meta definida pelo Governo para o final da legislatura, afirmou hoje a ministra. Em 2001, este agregado fixara-se nos 9% do PIB

A Governante reforçou ainda a necessidade de a economia portuguesa prosseguir sem hesitações a trajectória de consolidação orçamental. «Este ano, apesar do abrandamento económico verificado, o défice nominal manter-se-á abaixo da meta dos 3% do PIB, afirmou a ministra, reiterando a meta orçamental do Governo.

O Governo reviu, no final de Abril, em baixa de 1,25 pontos percentuais, o crescimento da economia para este ano. De acordo com o mais recente cenário macroeconómico, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá aumentar, em 2003, em torno do valor central do intervalo de projecções situado em 0,5% e 1,75% em 2004.

O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,2% nos primeiros três meses do ano, em relação ao período homólogo de 2002, tendo virtualmente estagnado face ao trimestre anterior. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB do primeiro trimestre subiu apenas 0,08% em relação ao último trimestre de 2002.

O recuo homólogo ficou a dever-se ao comportamento da procura interna, que intensificou a contracção homóloga verificada no trimestre anterior. O investimento caiu 13,6%.

Por Sílvia de Oliveira e Ricardo Domingos

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