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Fernando Henrique Cardoso «imita» Fundação Mário Soares

O ex-presidente da República do Brasil, Fernando Henrique Cardoso anunciou hoje a criação do Instituto FHC com o propósito de ser um centro de debates e reflexão dos grandes desafios políticos e económicos do Brasil e integrando todo o acervo do antigo pr

12 de Maio de 2004 às 15:55
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O ex-presidente da República do Brasil, Fernando Henrique Cardoso anunciou hoje a criação do Instituto FHC com o propósito de ser um centro de debates e reflexão dos grandes desafios políticos e económicos do Brasil e integrando todo o acervo do antigo presidente, à semelhança da Fundação Mário Soares.

O ex-presidente admitiu que copiou o modelo da Fundação Mário Soares para lançar o novo instituto que vai contar com a biblioteca pessoal de FHC, com o seu acervo documental da época em que era executivo e com quadros do responsável.

A nova entidade vai organizar encontros periodicamente para debater temas globais políticos, sociais e económicos como o posicionamento do Brasil na questão do comércio, a questão das metrópoles, do desenvolvimento tecnológico ou os «media» na política e produzir conteúdos sobre os mesmos.

O instituto ainda procura financiamentos junto de entidades empresariais para se manter em operações. FHC acredita que precisará de 100 a 150 mil reais (27 a 41 mil euros) por mês.

No Brasil, um ex-presidente tem direito a toda a sua documentação depois de ter exercido o cargo, a quatro assessores, a um motorista e um carro, mas não recebe qualquer pensão para poder manter o seu acervo e funcionários. A criação da nova entidade visa organizar toda a documentação do ex-presidente, além de organizar encontros periodicamente para debater temas globais políticos, sociais e económicos como o posicionamento do Brasil na questão do comércio, a questão das metrópoles, do desenvolvimento tecnológico ou os «media» na política.

Para a inauguração do IFHC no próximo dia 22 de Maio está previsto um debate em torno do tema «Por uma Governança Global e Democrática» que contará com a participação de António Guterres, ex-ministro português, de Lionel Jospin, ex- ministro francês e o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, entre outros académicos.

FHC nega tentativa de nova candidatura presidencial

Desde logo, a criação deste instituto é vista como uma plataforma para uma futura candidatura presidencial. Mas Fernando Henrique Cardoso negou tal intenção.

«Não é para fazer uma plataforma para uma candidatura presidencial. Estou-me organizando para não concorrer», declarou, esta manhã, num encontro com jornalistas estrangeiros em São Paulo.

Todavia, admite que «não perdi o gosto pela política», mas «estou acompanhando a política dos outros».

Além disso, o ex-presidente equaciona que as reflexões e conteúdos que saiam de debates do instituto possam vir a ter influência nas governações do país e que tem o dever de dar a sua opinião quando achar necessário.

Para o ex-presidente o maior desafio do Lula é «atender às demandas (exigências) sociais num momento de escassez», entendendo que alguns sectores da sociedade reforçam o seu «anti-americanismo».

O Brasil, segundo FHC, precisa de novos mercados. Por isso, deve aprofundar relações com as várias organizações mundiais económicas, como a União Europeia.

* Correspondente no Brasil

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