Notícia
EUA enfrentam pior seca em 1.200 anos na zona oeste
O estudo conclui que as condições secas devem manter-se durante este ano e, a julgar pelo passado, podem persistir durante alguns anos, acrescentando que a seca atual não seria tão severa sem os efeitos do aquecimento global.
16 de Fevereiro de 2022 às 08:40
O oeste dos EUA está a enfrentar a pior seca em 1.200 anos, segundo um estudo da Universidade da Califórnia, quando também se estima uma subida do nível do mar na zona este que pode atingir 30 centímetros até 2050.
De acordo com um estudo da Universidade da Califórnia (UCLA), a seca está a ser intensificada pelas alterações climáticas, sendo um período de seca extrema que se prolonga há mais de duas décadas, com áreas a atravessar os 22 anos mais secos últimos 1.200.
Na investigação, os cientistas da UCLA examinaram as principais secas no sudoeste da América do Norte desde o ano 800 e determinaram que a dessecação na região neste século já supera a gravidade de uma seca extrema que ocorreu no final do século XVI, pelo que a presente seca representa uma quebra de recorde.
Os autores do estudo também concluíram que as condições secas devem manter-se durante este ano e, a julgar pelo passado, podem persistir durante alguns anos, acrescentando que a seca atual não seria tão severa sem os efeitos do aquecimento global.
Os cientistas estimam que 42% da gravidade da seca se deve às altas temperaturas, superiores às habituais, causadas pela acumulação de gases com efeito de estufa na atmosfera.
"Os resultados são realmente preocupantes, porque mostram que as condições de seca que enfrentamos agora são substancialmente piores devido às alterações climáticas", disse Park Williams, cientista climático da UCLA e autor principal do estudo, divulgado hoje no jornal Los Angeles Times.
O investigador diz que "há bastante margem para que as condições de seca piorem", comparando a seca atual com outras secas extremas entre os anos 800 e 1500 que duraram entre 23 e 30 anos.
Para chegar a esta conclusão utilizaram registos antigos destes períodos de chuva escassa obtidos nos anéis de crescimento das árvores.
Os núcleos de madeira extraídos de milhares de árvores permitiram aos cientistas reconstruir a humidade do solo recuando séculos. Utilizaram dados de árvores em torno de 1.600 lugares em toda a região, desde Montana até à Califórnia e ao norte do México.
Outro estudo, publicado pela agência 'National Oceanic and Atomospheric Administration' e outras seis agências federais norte-americanas, alerta para "consequências significativas" do estimado aumento do nível das águas do mar, que pode atingir entre 25 a 30 centímetros até 2050 colocando em risco de inundações costeiras algumas das principais cidades da costa este, mesmo em dias de sol.
Segundo o relatório de 111 páginas, partes dos estados do Louisiana e do Texas podem mesmo enfrentar um aumento do nível das águas de 45 centímetros.
O relatório refere também que o pior do aumento do nível das águas do mar a longo prazo, decorrente do degelo na Antártida e na Gronelândia, só deve fazer-se sentir depois de 2100.
Devido às alterações climáticas, as linhas de costa dos EUA vão assistir, em médio, a um aumento do nível das águas nos próximos 30 anos equivalente ao sofrido em todo o século anterior, disse o autor principal do estudo William Sweet, oceanógrafo.
O nível das águas do mar sobe mais em algumas regiões do que noutras, devido ao deslizamento de terras, correntes e água do degelo. Segundo Sweet, os EUA vão sofrer um aumento do nível das águas do mar ligeiramente superior à média global, sendo que as maiores subidas vão ser sentidas no Golfo e na Costa Este, enquanto a Costa Oeste e o Hawaii vão sofrer um impacto menor.
Apesar de níveis de água do mar mais altos provocarem maiores estragos quando ocorrem tempestades como furacões, estão também a tornar-se um problema em dias de sol.
Cidades como Miami Beach, na Florida, Annapolis, no Maryland, ou Norfolk, na Virgínia, já sofrem ligeiras inundações costeiras por ano devido a marés altas, mas serão substituídas por várias inundações "moderadas" por ano até meio do século, com uma gravidade capaz de provocar estragos materiais, indicam os investigadores.
De acordo com um estudo da Universidade da Califórnia (UCLA), a seca está a ser intensificada pelas alterações climáticas, sendo um período de seca extrema que se prolonga há mais de duas décadas, com áreas a atravessar os 22 anos mais secos últimos 1.200.
Os autores do estudo também concluíram que as condições secas devem manter-se durante este ano e, a julgar pelo passado, podem persistir durante alguns anos, acrescentando que a seca atual não seria tão severa sem os efeitos do aquecimento global.
Os cientistas estimam que 42% da gravidade da seca se deve às altas temperaturas, superiores às habituais, causadas pela acumulação de gases com efeito de estufa na atmosfera.
"Os resultados são realmente preocupantes, porque mostram que as condições de seca que enfrentamos agora são substancialmente piores devido às alterações climáticas", disse Park Williams, cientista climático da UCLA e autor principal do estudo, divulgado hoje no jornal Los Angeles Times.
O investigador diz que "há bastante margem para que as condições de seca piorem", comparando a seca atual com outras secas extremas entre os anos 800 e 1500 que duraram entre 23 e 30 anos.
Para chegar a esta conclusão utilizaram registos antigos destes períodos de chuva escassa obtidos nos anéis de crescimento das árvores.
Os núcleos de madeira extraídos de milhares de árvores permitiram aos cientistas reconstruir a humidade do solo recuando séculos. Utilizaram dados de árvores em torno de 1.600 lugares em toda a região, desde Montana até à Califórnia e ao norte do México.
Outro estudo, publicado pela agência 'National Oceanic and Atomospheric Administration' e outras seis agências federais norte-americanas, alerta para "consequências significativas" do estimado aumento do nível das águas do mar, que pode atingir entre 25 a 30 centímetros até 2050 colocando em risco de inundações costeiras algumas das principais cidades da costa este, mesmo em dias de sol.
Segundo o relatório de 111 páginas, partes dos estados do Louisiana e do Texas podem mesmo enfrentar um aumento do nível das águas de 45 centímetros.
O relatório refere também que o pior do aumento do nível das águas do mar a longo prazo, decorrente do degelo na Antártida e na Gronelândia, só deve fazer-se sentir depois de 2100.
Devido às alterações climáticas, as linhas de costa dos EUA vão assistir, em médio, a um aumento do nível das águas nos próximos 30 anos equivalente ao sofrido em todo o século anterior, disse o autor principal do estudo William Sweet, oceanógrafo.
O nível das águas do mar sobe mais em algumas regiões do que noutras, devido ao deslizamento de terras, correntes e água do degelo. Segundo Sweet, os EUA vão sofrer um aumento do nível das águas do mar ligeiramente superior à média global, sendo que as maiores subidas vão ser sentidas no Golfo e na Costa Este, enquanto a Costa Oeste e o Hawaii vão sofrer um impacto menor.
Apesar de níveis de água do mar mais altos provocarem maiores estragos quando ocorrem tempestades como furacões, estão também a tornar-se um problema em dias de sol.
Cidades como Miami Beach, na Florida, Annapolis, no Maryland, ou Norfolk, na Virgínia, já sofrem ligeiras inundações costeiras por ano devido a marés altas, mas serão substituídas por várias inundações "moderadas" por ano até meio do século, com uma gravidade capaz de provocar estragos materiais, indicam os investigadores.