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Estimativa: Taxa de inflação mensal em Janeiro acelera 0,2%; homóloga nos 4%

A taxa de inflação em Janeiro deverá ter denotado um andamento sazonal positivo de 0,2%, segundo as estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt. A inflação homóloga deverá quedar-se em 4%, pelo quarto mês consecutivo.

12 de Fevereiro de 2003 às 12:35
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A taxa de inflação em Janeiro deverá ter denotado um andamento sazonal positivo de 0,2%, segundo as estimativas dos analistas contactados pelo Negocios.pt. A inflação homóloga deverá quedar-se em 4%, pelo quarto mês consecutivo.

O consenso dos analistas contactados sugere que a taxa de inflação mensal permaneça em 0,2%, valor idêntico ao verificado em Dezembro de 2002.

A inflação homóloga em 2003, ou seja, a variação dos preços face a Janeiro de 2002 terá permanecido em 4%, um cenário que, a confirmar-se, repete-se sucessivamente desde Outubro passado. A média anual terá ficado em 3,6%.

Salário mínimo, transportes, electricidade e alimentação sobem

Os cinco analistas contactados pelo Negocios.pt, atribuem a subida dos preços em Janeiro essencialmente a factores sazonais, que se repetem nesta época do ano.

De acordo com os dados da Direcção Geral do Comércio e Concorrência (DGCC), a aceleração do inflação em Janeiro estará relacionada com a actualização do salário mínimo actual que impulsionou os preços praticados em restaurantes e cafés.

Em 20 de Dezembro passado, o Governo aprovou o aumento do salário mínimo nacional em 2,47% para os 356,6 euros. O salário mínimo para o serviço doméstico situa-se nos 353,2 euros.

Jorge Ferraz, analista do IMF - Informação de Mercados Financeiros diz que a subida da alimentação, nomeadamente nas carnes, e dos transportes, ajudam a explicar o incremento dos preços.

Em relação aos transportes, Rui Constantino, do Santander, acrescenta que a subida é natural, «devido às alterações do Imposto Automóvel (IA)». O IA em Janeiro agravou-se em 2,75%, com um impacto real depurado da inflação de 1,2%.

Teresa Gil Pinheiro, do BPI, realça adicionalmente o impacto positivo esperado a nível do preço do gás e da electricidade.

Saldos de Inverno ajudam a contrariar subida dos preços

A agência estatal DGCC estima que as variações negativas sobre os preços se tenham verificado nos artigos de vestuário e calçado, devido ao início da época de saldos após o período de Natal.

O economista do IMF destaca a componente dos saldos da época de Inverno, «dado o peso importante do vestuário e do calçado» para o cálculo do índice.

O arrefecimento da economia será um outro factor que deverá ajudar a conter os preços no corrente ano, com a ameaça do desemprego e o retorno às poupanças a refrearem os gastos dos consumidores.

O Banco de Portugal reviu recentemente a sua previsão de crescimento para 2003 para um valor central de 0,75%, contra as projecções anteriores que apontavam para 1,8%.

Os dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma taxa de desemprego em Portugal de 6,2% no quarto trimestre, colocando a taxa para o ano de 2002 nos 5,1%.

A mesma fonte acrescenta que o Produto Interno Bruto (PIB) da economia portuguesa caiu 0,5% no terceiro trimestre de 2002 face ao período homólogo, evidenciando uma descida, em volume, de 2,5% contra o segundo trimestre.

Os dados oficiais relativos à inflação serão publicados pelo INE na próxima sexta-feira.

Inflação Janeiro Mensal Homóloga Média Anual
DGCC 0,2% 4,0% 3,6%
BCP Investimento 0,3% 4,2% 3,6%
BPI 0,2% 4,0% 3,6%
Santander 0,2% 4,0% 3,6%
IMF 0,2% 4,0% 3,6%
Média 0,2% 4,0% 3,6%

Por Pedro Carvalho

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