"Nesta altura, em face do constante agravamento da situação, traduzido na dificuldade crescente em obter financiamento por parte do Estado e do País, com sistemáticos aumentos das taxas de juro, para níveis incomportáveis, em todos os prazos, parece não restar outra alternativa sustentável que não seja o recurso ao apoio do FEEF", considerou o presidente da ATP.

"O Estado tem vindo a financiar-se através de emissões de dívida com maturidades cada vez mais curtas, o que significa que a necessidade de substituição se vai intensificar muito brevemente. Nestas difíceis circunstâncias, atrasar o pedido de apoio implicará maior agravamento da situação e mais elevado custo para Portugal", sustentou João Costa.

Para este dirigente associativo, "deveríamos ter tomado, em devido tempo, por nossa iniciativa, as medidas necessárias para resolvermos a situação através do mercado e com a colaboração das instituições europeias. Agora, com os desenvolvimentos que já ocorreram, é tarde de mais", rematou.

Quanto ao impacto da entrada do FMI/FEEF em Portugal no sector têxtil e vestuário, predominantemente exportador, João Costa frisou que, "mais grave do que ter de suportar as consequências da disciplina imposta" por entidades externas, "é a insuficiência ou falta de financiamento da economia, que se acentuará se as dificuldades do Estado em obtê-lo não forem consistentemente atenuadas".

"Neste contexto", concluiu o empresário, "importa encontrar soluções que desanuviem o ambiente de entropia em que vivemos, sob pena de, na falta delas, o mesmo se agravar".