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António Costa desvaloriza impacto da redução futura de pensões por causa da TSU
António Costa, em entrevista ao Jornal da Noite, na SIC, esta quinta-feira, comentou algumas medidas do programa eleitoral do Partido Socialista. O líder do PS defendeu que o país deve abandonar "experimentalismos" e apostar em medidas que resultam.
António Costa voltou a admitir esta quarta-feira que a redução da TSU dos trabalhadores poderá ter como contrapartida a redução das pensões atribuídas a partir de 2027, mas em entrevista à SIC desvalorizou o impacto desta redução.
Questionado sobre se os trabalhadores podem recusar a redução da TSU, de forma a evitarem o futuro corte nas pensões que está descrito no relatório que serviu de base ao programa eleitoral do PS, o secretário-geral do partido respondeu que não.
"Não pode recusar mas não há necessariamente essa penalização", respondeu António Costa. "As pensões que estão a pagamento neste momento não são de forma alguma afectadas, as pensões que estão a menos de cinco anos de formação não são afectadas, e mesmo nas futuras após 2027 só num caso excepcionalmente negativo de nada funcionar é que poderão ser afectadas entre 1.25% e 2,6% relativamente ao montante da pensão", disse.
"Agora, se for ver as contas que estão feitas, o aumento de rendimentos que hoje a redução da contribuição dos trabalhadores assegura" comparado "com o que é uma eventualíssima redução de rendimentos futuros", é "largamente compensada", acrescentou.
Sobre a proposta de redução da TSU a cargo dos patrões e a sua sustentabilidade no sistema, António Costa explica que não se trata de reduzir a TSU, mas de "diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social, substituindo a exclusividade da TSU com a incidência no IRC."
A proposta do PS defende que um trabalhador não pode recusar a redução da TSU, mas o líder socialista garante que "as pensões não serão afectadas". António Costa acrescenta ainda que o aumento do rendimento compensará a longo prazo um corte no futuro.
Sobre a idade legal da reforma, Costa garantiu que não vai mexer na lei. No entanto, prevê "o aumento da idade legal da reforma". O deputado socialista diz que a solução é recorrer ao aumento do número de empregos para equilibrar as contas da Segurança Social.
Costa defendeu ainda que o país deve abandonar "experimentalismos" e apostar em medidas que resultam.
Sobre a medida central do programa eleitoral do PS, Costa salientou que o emprego deve ser a prioridade e "a base da coesão social". "A questão fundamental é o relançamento da economia e isso depende de devolver às famílias portuguesas rendimento", disse.
Questionado sobre o papel empregador do Estado, Costa divide a responsabilidade numa "acção equilibrada e conjunta do Estado e empresas", sublinhando a dificuldade de financiamento das empresas. Quanto a um alívio dos impostos, o líder socialista responde "sim", mas "na medida do possível e não para toda a gente".
Sobre a Grécia e a possibilidade de um 'Grexit' [saída da Grécia da Zona Euro], Costa considera que o problema da economia grega não é exclusivo do governo de Alexis Tsipras, mas da Europa. "O problema está na falta de convergência da economia", conclui.
Actualizado às 13.15 de sexta-feira com mais declarações de António Costa sobre os impactos da redução da TSU dos trabalhadores