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Draghi refere emissão portuguesa como exemplo positivo na Europa

Presidente do BCE considera que confiança dos mercados melhorou de forma visível.

08 de Novembro de 2012 às 15:52
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A troca de obrigações concretizada pelo Tesouro português no início de Outubro foi um dos exemplos usados por Mario Draghi para defender uma melhoria das condições financeiras na Europa, as quais resultam em grande medida da sua actuação.

A 3 de Outubro o IGCP trocou 3,7 mil milhões de euros de uma obrigação que vencia em Setembro do próximo ano, por outra que vencerá em 2015. A troca, veio o Executivo a reconhecer no Parlamento português após muita insistência da imprensa e dos deputados, foi concretizada essencialmente com bancos e instituições financeiras portuguesas – que, segundo o Governo, detinham o essencial desse título emitido em 1998, com a Zona Euro em fase embrionária.

A ausência de investidores internacionais não foi contudo um obstáculo para o presidente do BCE considerar que a operação é um – entre muitos – dos sinais de sucesso da melhoria das condições financeiras na Zona Euro. “Houve umas quantas emissões de dívida soberana pela Irlanda e por Portugal. Os planos de financiamento de dois grandes soberanos, como a Itália e Espanha estão quase completos, se não mesmo completos”, afirmou esta tarde Mario Draghi na conferência de imprensa que se seguiu há reunião mensal dos governadores do euro.

Para estes resultados contribuíram os esforços de política dos governos, nomeadamente na consolidação orçamental, diz Draghi, que sublinha no entanto que tal não teria sido possível sem a intervenção do BCE nos últimos meses, nomeadamente os cortes de juros, os empréstimos de longo prazo e, mais recentemente, o anúncio de que poderá intervir nos mercados de dívida pública através de um programa de compra de dívida (OMT).

Os exemplos de melhoria não se ficaram por aqui. “Observámos o retorno de fluxos do resto do mundo, em particular dos fundos de mercado monetário dos EUA, que cresceram mais de 16% em Setembro face ao mês anterior, a terceira subida consecutiva desde o anúncio do OMT”, afirmou

Draghi referiu ainda o aumento de empréstimos sem colateral a entidades europeias, o aumento de algumas emissões de dívida por empresas na Zona Euro e também uma estabilização dos balanços do "Target 2", o sistema de pagamentos intra bancos centrais da Zona Euro – o qual ter servido de medida dos desequilíbrios externos e da renacionalização do sistemas financeiros nacionais são outros sinais de "uma melhoira visível" da confiança dos mercados.

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