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Draghi avisa que UE tem de investir "enorme quantidade de dinheiro" a curto prazo

O ex-presidente do Banco Central Europeu considera que para competir face aos Estados Unidos e China é necessário investimento público mas também mobilizar poupanças privadas.

Mario Draghi assumiu a liderança do governo italiano em fevereiro de 2021 no meio de uma crise política e sanitária com a covid-19.
Guglielmo Mangiapane/EPA
24 de Fevereiro de 2024 às 14:51
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O ex-presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi defendeu este sábado que a União Europeia (UE) tem de investir "uma enorme quantidade de dinheiro público e privado" a curto prazo para competir face aos Estados Unidos e China.

"Nos últimos anos, a ordem económica mundial sofreu profundas alterações. Estas mudanças têm várias consequências, uma das quais é clara: teremos de investir uma enorme quantidade de dinheiro num período de tempo relativamente curto na Europa", indicou Mario Draghi.

Falando no final do segundo e último dia da reunião informal dos ministros das Finanças da UE, na cidade belga de Gante no âmbito da presidência rotativa do Conselho assumida pela Bélgica, o responsável italiano indicou que teve uma "primeira troca de impressões" com os governantes europeus sobre o tema da competitividade europeia, relativamente ao qual está a preparar um relatório.

"Não estou a falar apenas de dinheiro público, mas também de poupanças privadas, de mobilizar essas poupanças muito mais do que temos feito até agora", adiantou Mario Draghi.

Os ministros das Finanças da UE discutiram este sábado a competitividade do bloco comunitário face a potências como Estados Unidos ou China, numa altura em que Mario Draghi prepara um relatório sobre a matéria.

Nesta reunião informal, os responsáveis discutiram como melhorar a competitividade económica da UE, em particular como concretizar a união do mercado de capitais para canalizar a poupança das famílias e para financiar prioridades comunitárias de transições ecológica e digital e de segurança e defesa.

Este sábado, o ministro das Finanças de Portugal, Fernando Medina, defendeu que o relatório que Mario Draghi está a preparar, sobre a competitividade da UE, altere "os próximos anos na política económica" comunitária.

Com a Bélgica a assumir a presidência rotativa da UE, a competitividade em termos mundiais e no mercado interno foi colocada como prioridade pelos belgas.

O tema esteve em destaque na reunião informal dos ministros europeus das Finanças, visando que o espaço comunitário consiga ultrapassar os desafios críticos atuais relacionados com o fraco crescimento nomeadamente após os efeitos da guerra da Ucrânia e assegurar um futuro socioeconómico face a potências como Estados Unidos ou China.

A discussão antecede o relatório que o ex-presidente do BCE Mario Draghi está a preparar sobre a competitividade europeia, que deverá ser apresentado no verão, em junho.

No seu discurso sobre o Estado da União, em setembro passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um relatório sobre a competitividade europeia e falou num contexto "desafiante" para a indústria na UE.

Na altura, a responsável elencou "três grandes desafios económicos para a indústria" em 2024, entre os quais a "escassez de mão-de-obra e de competências, a inflação" e a necessidade de "facilitar a atividade das empresas", numa altura de contido crescimento económico.

Por essa razão, Von der Leyen pediu a Mario Draghi, "uma das maiores mentes económicas da Europa, que preparasse um relatório sobre o futuro da competitividade europeia", que deverá ser divulgado no verão.
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