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Discussões no Eurogrupo em modo pausa e sem fim à vista

Um dos participantes no encontro, o ministro das Finanças maltês, Edward Scicluna, 'prognosticou' entretanto na sua conta oficial na rede social Twitter que a "maratona do Eurogrupo" poderá prolongar-se "até amanhã [quarta-feira] de manhã".

Num último esforço para avançar com algumas medidas de aprofundamento da União Económica e Monetária, Mário Centeno dividiu-se em negociações durante 19 horas seguidas na reunião do Eurogrupo de 3 de dezembro. No dia seguinte anuncia-se um acordo, mas o próprio presidente admite que é 'insuficiente'.
07 de Abril de 2020 às 20:15
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A reunião de hoje do Eurogrupo destinada a alcançar um compromisso político sobre a resposta económica da Europa à crise provocada pela pandemia covid-19 encontra-se interrompida há praticamente duas horas e ameaça prolongar-se noite dentro.

A videoconferência, conduzida desde Lisboa por Mário Centeno, começou já com um atraso de uma hora, às 15:00 de Lisboa, tendo sido interrompida após três horas de discussões, cerca das 18:00, para "uma pausa de uma hora", mas, passada essa hora, o porta-voz do presidente do Eurogrupo indicou na sua conta na rede social Twitter que "é necessário mais trabalho" e que o encontro só será retomado às 21:00 de Bruxelas, 20:00 de Lisboa.

Um dos participantes no encontro, o ministro das Finanças maltês, Edward Scicluna, 'prognosticou' entretanto na sua conta oficial na rede social Twitter que a "maratona do Eurogrupo" poderá prolongar-se "até amanhã [quarta-feira] de manhã".

Antes da reunião, Centeno disse esperar que os ministros das Finanças europeus acordem hoje um pacote financeiro de emergência robusto para trabalhadores, empresas e países, e que se comprometam claramente com um plano de recuperação de grande envergadura.

Contudo, o compromisso a que hoje os ministros das Finanças estão 'obrigados' a chegar, não se afigura fácil de alcançar, pois o ponto mais controverso da resposta, o financiamento para os Estados-membros, que Centeno defende que deve ser garantido através de linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), por ser essa a solução mais "consensual", continua a dividir os Estados-membros.

De um lado, vários países, encabeçados por Itália, defendem antes a emissão conjunta de dívida -- os chamados 'eurobonds', ou 'coronabonds' -- e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já reafirmou a sua oposição à solução em forma de empréstimos do fundo de resgate da zona euro. Do outro, um conjunto de países, com Holanda à cabeça, rejeita liminarmente a mutualização da dívida, e, mesmo em relação às linhas de crédito do MEE, quer impor condições.

Mais pacíficas serão as duas outras vertentes do pacote de emergência que o presidente do Eurogrupo espera 'fechar' hoje, para apresentar aos chefes de Estado e de Governo da UE: o programa de 100 mil milhões de euros proposto pela Comissão Europeia para financiar regimes de proteção de emprego, e uma garantia de 200 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para apoiar as empresas em dificuldades, especialmente as Pequenas e Médias Empresas.

Em pouco mais de um mês, esta é a quarta reunião por videoconferência, conduzida desde Lisboa, dos ministros das Finanças europeus, sendo que desta feita é-lhes 'exigido' um compromisso, para ser apresentado aos líderes europeus.

No último Conselho Europeu por videoconferência, realizado em 26 de março, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, após uma longa e tensa discussão, mandataram o Eurogrupo para apresentar, no prazo de duas semanas, propostas concretas sobre como enfrentar as consequências socioeconómicas da pandemia, que "tenham em conta a natureza sem precedentes do choque de covid-19", que afeta as economias de todos os Estados-membros.
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