Passaram só três anos. José Sócrates e Pedro Santana Lopes trocaram de papeis e estão de novo frente-a-frente, no Parlamento. Na altura, discutiam-se as portagens nas Scut, a Lei do arrendamento e o "caso Marcelo". Hoje é dia de começar a debater o Orçamento do Estado (OE) para 2008.

Por isso, por mais que a pressão mediática tente desfocar o essencial, o que esta tarde está em discussão não são ambições de um anterior primeiro-ministro, ou as contradições de um antigo secretário-geral do PS, mas a linha da política orçamental socialista e, claro, o "estado das coisas" três anos depois.

Desemprego, cortes no investimento público, carga fiscal excessiva, endividamento das famílias, falta de medidas de reforço da protecção social, "obsessão pelo défice", "derrapagem" na despesa corrente primária. Estes são alguns dos trunfos que a oposição se prepara para jogar esta tarde em São Bento.