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Vice-presidente da Câmara de Gaia entre os sete detidos em operação da PJ
Operação visa esquemas de corrupção na área do urbanismo nas câmara de Gaia e Porto. PJ fez buscas nas Câmaras de Gaia e Porto. Em causa estão "interesses imobiliários de 300 milhões de euros".
Patrocínio Azevedo, de 48 anos, é vice-presidente da Câmara de Gaia, líder da concelhia do PS desde 2013 e é apontado como futuro candidato à autarquia gaiense, uma vez que Eduardo Vítor Rodrigues, atual presidente, está impedido de candidatar-se devido à lei da limitação de mandatos.
Segundo comunicado da Judiciária, foram efetuadas 55 buscas domiciliárias e não domiciliárias. O CM sabe que foram emitidos cerca de dez mandados de detenção, mas ainda não foram localizados todos os suspeitos.
A PJ esclarece que "a operação tem por base uma investigação dirigida à deteção e recolha de prova da prática de fenómenos de índole corruptiva, bem como reiterada viciação de procedimentos de contratação pública em setores de atividade específicos, com vista a beneficiar determinados operadores económicos".
A PJ acrescenta ainda que a investigação se centra na "viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude" e que estão em causa "interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário".
Telemóveis apreendidos
As buscas domiciliárias começaram às 7h30 e nas câmaras municipais tiveram início às 9h00. Há também buscas em diversos edifícios municipais. Em Gaia, as buscas também decorrem nos serviços de atendimento municipal, onde funcionam os serviços da empresa municipal Gairurb, responsável pela área do urbanismo e da habitação.
Nesta operação estiveram presentes magistrados do DIAP Regional, 130 investigadores criminais da Diretoria do Norte e peritos informáticos e financeiros da PJ. Foram apreendidos elementos documentais e digitais.
Os detidos vão ser presentes ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.
"Estão sim relacionadas com empresas privadas que têm processos urbanísticos a tramitar na Câmara Municipal do Porto, como em outras autarquias. Mais confirmamos que neste momento estão dois telemóveis a ser analisados pela PJ. A Câmara Municipal do Porto mantém-se colaborante com a investigação", acrescenta a nota.
Notícia atualizada com mais informação às 12:32