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Desvalorização do euro contribui para dívida acima do previsto em 2014

A presidente do IGCP diz que o "stock" de dívida no final de 2014 foi maior do que o esperado por vários factores. A desvalorização do euro somou 700 milhões de euros.

Bruno Simão/Negócios
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A dívida pública no final do ano passado foi superior ao previsto por acumulação de depósitos no Estado, mas não só. Um PIB menor do que o esperado e uma desvalorização da moeda única também contribuíram para que o peso do endividamento público tenha subido para 128,7% do PIB, um valor acima dos 127,2% do PIB previstos pelo Governo no final de 2014, revelou hoje no Parlamento Cristina Casalinho, a presidente do IGCP o organismo que gere a dívida pública nacional.

 

"Estávamos a trabalhar com uma estimativa de depósitos de 10 mil milhões de euros [para o final de 2014], e este valor foi de 12 mil milhões de euros (...) há também a questão cambial e que implicou um agravamento da dívida de 700 milhões de euros" afirmou Cristina Casalinho, que acrescentou ainda que a trocar as contas ao Estado esteve "um PIB nominal inferior ao que era previsto inicialmente".

 

Portugal fechou o ano com um "stock" de dívida pública de 224,5 mil milhões de euros, um valor que fica cerca de 2,5 mil milhões de euros acima da estimativa apresentada pelo Governo em Outubro.

 

A ministra das Finanças avançou que a acumulação de depósitos explicou essa derrapagem em 2014, uma opção justificada pelo plano de amortizar antecipadamente os empréstimos do FMI. "Aquilo que aconteceu no final do ano passado foi que as reservas de liquidez, os depósitos acabaram por crescer um pouco mais do que estava previsto, até pela grande adesão que tiveram os produtos de retalho e o maior número de subscrições do que aquele que estava previsto, mas também porque aproveitámos oportunidades de acesso ao mercado que nos facilitam, inclusivamente agora, iniciar o processo de reembolso ao FMI, assim que esteja concluído o processo de autorização por parte dos parceiros europeus", afirmou a Maria Luís Albuquerque na semana passada. Entretanto foi anunciado o pagamento antecipado já este mês.

 

Cristina Casalinho explicou aos deputados que o pagamento antecipado de 5,5 mil milhões este ano (seis mil milhões de euros no total, dos quais 500 milhões já estavam previstos) será feito com recurso a emissões adicionais de 4 mil milhões de euros de obrigações, com a utilização de mais 1,5 mil milhões de euros de depósitos.

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