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Desemprego é mais elevado nas mulheres; remunerações são mais altas nos homens
A taxa de desemprego em Portugal é mais elevada para as mulheres do que para os homens e o salário médio do sexo feminino é inferior ao masculino, revelou hoje o INE que fez uma análise da situação actual da mulher, no âmbito «Dia Internacional da Mulher»
A taxa de desemprego em Portugal é mais elevada para as mulheres do que para os homens e o salário médio do sexo feminino (que trabalha por conta de outrem) é inferior ao masculino, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE) que fez uma análise da situação actual da mulher porque «não quis deixar de se associar à comemoração do «Dia Internacional da Mulher», que se celebra no próximo dia 8 de Março, segunda-feira.
Em 2003, o número de mulheres desempregadas foi de 183 mil, contra 162 mil homens desempregados. Através da evolução das taxas de desemprego o INE constatou que a mais elevada foi em 1996, com 8,2% nas mulheres e 6,4% nos homens, «sendo o ano de 2003 uma fase crescente do último ciclo, com valores de 7,3% nas mulheres e de 5,6% nos homens».
Relativamente aos salários, as mulheres a trabalhar por conta de outrem «auferiram um salário médio de 577 euros», inferior aos 687 euros recebidos pelos homens.
No que diz respeito ao crescimento da população, no período entre 1991 a 2002, «apesar da instabilidade do ritmo de crescimento anual no início do período considerado, a partir de 1994 as taxas referentes às mulheres foram sempre inferiores às dos homens, agravando-se ainda mais as diferenças entre os ritmos de crescimento, nos últimos anos», explicou o INE.
A mesma fonte apurou também que as mulheres continuam a adiar a idade média à maternidade. Entre 1991 e 2002, «as mulheres retardaram a idade média à maternidade em cerca de dois anos. Em 2002, a idade média ao nascimento do primeiro filho foi de 27 anos e a de um filho foi de 29 anos».
Ficou também apurado que as mulheres mantêm uma esperança média de vida superior à dos homens. Para além da esperança de média de vida estar a crescer em Portugal, esta é superior nas mulheres, sendo que, em 2002, «o número de anos que uma mulher podia esperar viver, em média, era de 80,6 anos e de 73,7 anos nos homens».
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, as taxas de mortalidade nas mulheres têm sido mais baixas do que nos homens. Em 1991, a taxa de mortalidade foi de 9,6% para as mulheres e de 11,3% para os homens, «verificando-se em 2002 valores muito semelhantes, 9,5% (nas mulheres) e 11,1% por mil habitantes (nos homens).
«Prevê-se até 2050 uma redução nas mulheres para 4,8 milhões em Portugal, o que representa 51,4% do total da população» para além de se esperar «um ganho substancial no número de anos de vida, prevendo-se que a esperança de vida à nascença das mulheres seja de 85 anos e a dos homens de 79 anos», informou o INE. No final de 2002 as mulheres correspondiam a 51,7% da população total, perfazendo 5,4 milhões.
A população activa feminina cresceu a um maior ritmo, de 8,3%, do que os homens (mais 3,6%), no período entre 1998 a 2003. Em 2003 havia 2,5 milhões de mulheres e 2,9 milhões de homens a exercer uma actividade económica.
Apesar do aumento da participação da mulher no mercado de trabalho, entre 1992 a 2003, as taxas de actividades das mulheres foram inferiores às dos homens. Ainda assim, têm vindo a «atenuar-se, sendo de 15,3 pontos percentuais em 1993 e passando para 11,5 pontos percentuais, em 2003».
Em 2003, havia 2,3 milhões de mulheres empregadas em Portugal e 2,8 milhões de homens empregados o que, face a 1998, representa um aumento de 7,0% para o sexo feminino e de 1,9% para os homens.