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Declarações dos líderes do G-7 não ajudaram negociações climáticas em Bona
As declarações dos representantes dos países do grupo das sete economias mais industrializadas (G-7), reunidos em Berlim, para reduzirem as emissões de carbono, pouco contribuíram para acelerar as negociações sobre o clima, que decorrem em Bona.
Representantes de outros grupos de países e cientistas apelaram a mais esforços para acelerar as negociações de um texto para um pacto internacional de resposta às alterações climáticas. Este texto deve ser adoptado na cimeira que a Organização das Nações Unidas (ONU) vai realizar em Paris dentro de seis meses.
"Estamos preocupados com o ritmo das negociações", afirmou Amjad Abdulla, das Maldivas, em nome da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS, na sigla em inglês), que estão muito vulneráveis às alterações climáticas, concluindo: "Não vimos o grande salto em frente naquilo que precisamos".
"Há claramente uma necessidade urgente de fazer progressos substanciais e a um ritmo superior ao da semana passada", afirmou o sul-africano Nozipho Mxakato-Diseko, em nome do Grupo dos 77, que reúne a China e os designados países em desenvolvimento.
Com o fim previsto para sexta-feira, as negociações de Bona, que vão durar 11 dias, devem concluir com a redacção de um texto para ser apresentado na cimeira da ONU, de Paris, entre 30 de Novembro e 11 de Dezembro, da qual se espera um acordo global.
O documento final deve consagrar a vontade de 195 países em combater as alterações climáticas, formalizar os compromissos nacionais de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e proporcionar ajuda às economias mais débeis a partir de 2020.
Mas após uma semana de negociações, apenas 5% do trabalho está concluído, sobretudo devido à remoção de duplicações do documento, que tem 90 páginas, e tem havido pouca conversa séria sobre algumas das questões mais espinhosas, que permanecem.
Os negociadores concordaram que "o ritmo e a forma de negociação têm de ser intensificados, que precisam de se envolver uns com os outros nas questões políticas e não apenas em apreciações mecânicas em torno do texto", afirmou Alden Meyer, da União dos Cientistas Preocupados (UCS, na sigla em inglês).
Entretanto, também na Alemanha, os líderes do G-7 apelaram a cortes nas emissões de gases com efeito de estufa na parte superior do intervalo, de um espectro entre 40 e 70%, em meados deste século, por relação ao nível de 2010.
Este apelo replica a proposta do painel científico da ONU, por ser o que mais possibilidade oferece para limitar a dois graus centígrados o aquecimento global, em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial.
Os cientistas têm alertado para o facto de as tendências atuais implicarem que a temperatura da Terra vai subir, pelo menos, o dobro daquele objectivo e abrir caminho a situações consideradas catastróficas de secas, inundações, subida do nível dos oceanos e doenças.
A aprovação de um rascunho facilitaria a emergência de orientações do "evento de alto nível", que vai decorrer por ocasião da Assembleia-Geral da ONU, em 29 de Junho.