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Défice acima da previsão do Governo "não seria grave nem criticável"

Os economistas Miguel Frasquilho e Alberto de Castro, oradores na conferência anual da Ordem dos Economistas, consideram que face à actual conjuntura adversa, as previsões do Governo para o défice orçamental são conservadoras e que se o défice se vier a revelar mais acentuado, tal não seria grave e criticável, desde que fosse temporário e se traduzisse numa ajuda efectiva e responsável à economia.

21 de Novembro de 2008 às 14:04
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Os economistas Miguel Frasquilho e Alberto de Castro, oradores na conferência anual da Ordem dos Economistas, consideram que face à actual conjuntura adversa, as previsões do Governo para o défice orçamental são conservadoras e que se o défice se vier a revelar mais acentuado, tal não seria grave e criticável, desde que fosse temporário e se traduzisse numa ajuda efectiva e responsável à economia.

Miguel Frasquilho, deputado do PSD e ex-Secretário de Estado do Tesouro, lembra que segundo os cálculos da Comissão Europeia, uma redução de 1% do crescimento do PIB implica um aumento de 0,5% do défice orçamental. Na sua opinião, se, face à actual conjuntura adversa, “se isso viesse a acontecer [ou seja, um aumento do défice] tal não seria grave nem criticável, desde que seja para ajudar a economia”.

Mas alerta que uma tal derrapagem deve ser “temporária e que no médio e longo prazo se regresse ao esforço de consolidação orçamental”.

Por seu lado, Alberto de Castro, docente da Universidade Católica do Porto, considera que a economia se deteriorou de forma muito rápida após o período de elaboração do Orçamento do Estado para 2009, mas admite que com os elementos de que o Governo já dispunha, o OE “foi talvez um pouco defensivo demais, por continuar a dar uma importância demasiado grande à contenção do défice quando poderia ter ido um pouco mais longe, e optimista pelas estimativas em relação às previsões de crescimento” económico de 0,6% do PIB.

O especialista, amigo pessoal do ministro das Finanças Teixeira dos Santos, considera que se o Governo soubesse naquela altura o que sabe hoje, “provavelmente, as previsões de 0,6% teriam um menos antes”, afirma.

Além disso, considera que as instituições europeias estão “a dormir na forma” ao não actuarem com a celeridade desejável face à degradação da situação financeira e económica da Europa.

“Nem a Comissão Europeia nem o Banco Central Europeu estiveram bem. Têm andado demasiado devagar na criação de um quadro que permitisse reagir à crise e que permitisse aos governos serem mais expeditos e ousados” nas suas decisões de ajuda à economia.

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