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Davos: O futuro do capitalismo discute-se nos Alpes suíços

Davos discute este ano "A Grande Transformação: Dar Forma a Novos Modelos". Acompanhe aqui todos os detalhes deste encontro.

Davos: O futuro do capitalismo discute-se nos Alpes suíços
29 de Janeiro de 2012 às 19:44
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O Negócios acompanha até ao próximo Domingo o Fórum Económico Mundial.

DOMINGO, 29 JANEIRO

19h07 “Nunca estive tão preocupado com o mundo como estou neste momento”. A frase é do presidente de Hong Kong, Donald Tsang. A região tem um orçamento equilibrado, um crescimento económico elevado, uma taxa de emprego bastante positiva. “Tudo parece muito bom”, disse Tsang num debate em Davos, citado pelo "Financial Times".

Contudo, se a Europa cair, Hong Kong não deverá ficar tão bem, defende o responsável pela região chinesa. “Ninguém está imune”, alertou. “Precisamos de uma acção decisiva”.

SÁBADO, 28 JANEIRO


18h15 “Na minha opinião, [a crise] é uma questão que, agora, envolve a Itália e Espanha. A Grécia, Portugal, entre outros, vão criar ondas e questões controversas, mas são peças muito mais pequenas do problema”, comentou em entrevista à CNN o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.

Para o responsável do Banco Mundial, a Europa começou a reagir à crise apenas em Dezembro. Caminhou-se para um pacto orçamental entre os países da União Europeia (à excepção, até agora, do Reino Unido) e o Banco Central Europeu forneceu liquidez aos bancos da região.

Também as reformas estruturais de Mario Monti em Itália – que deverão ser seguidas pelo Executivo espanhol, diz Zoellick – trazem algum optimismo. Mas o Velho Continente precisa de continuar a agir. Porque, em alternativa, os mercados emergentes também vão sofrer com uma falência da Europa. E são eles que têm garantido dois terços do crescimento da economia global nos últimos cinco anos.

16h00 “Estou aqui com a minha mala para juntar algum dinheiro”. Foi assim, em jeito de brincadeira, que Christine Lagarde pediu mais fundos para o Fundo que lidera.

Em Davos, Lagarde voltou a revelar o seu actual objectivo: aumentar a capacidade de empréstimos do Fundo Monetário Internacional, de modo a combater o contágio da crise da dívida a grandes economias da Zona Euro.

15h40 “Pobres, por vossa causa”. Esta era a inscrição de um cartaz erguido por um grupo de mulheres ucranianas em “topless”, que tentou contornar os obstáculos que as impediam de entrar no Fórum Económico Mundial.

As três mulheres lutavam contra os “gangsters” que levaram à crise financeira e que se encontram em Davos, conta a “BBC News”. O “Occupy WEF” não foi o único movimento activista que tentou colocar o seu nome em Davos 2012.

SEXTA-FEIRA, 27 JANEIRO

17h54 Não são os líderes de empresas. Não são os políticos mundiais. Não são os líderes de opinião. São sim os manifestantes que protestam contra os líderes das empresas, os políticos mundiais, os líderes de opinião.

O movimento Occupy deixou as tendas, ocupou os iglos e está em Davos. Os protestantes tentaram entrar no Fórum Económico Mundial para discutirem as desigualdades sociais. Afinal, lá dentro, discute-se, por exemplo, o futuro do capitalismo. Não conseguiram.

Mas o presidente do Fórum, Klaus Schwab, já se mostrou disponível para receber o movimento. Um encontro está marcado para amanhã. O Occupy está a ponderar ainda a resposta ao convite.

17h50 O presidente da Galp é uma das poucas presenças portuguesas em Davos. E, ao Negócios, Manuel Ferreira de Oliveira mencionou as suas opiniões sobre o fórum que aí se está a realizar.

O destaque vai para as diferenças entre hemisféricos. No norte, há países onde o desemprego é a principal preocupação. No sul, como gerir o crescimento é o foco de atenção.

Ferreira de Oliveira falou também na crise da Europa. Na sua opinião, não têm sido os problemas a ocupar os debates, mas sim as soluções. E uma conclusão é a de que há um compromisso político que existe para fortalecer a União Europeia.

15h41
Os anjos aterraram em Davos. George Soros deu uma nova entrevista no Fórum Económico Mundial. Desta vez, foi para assegurar que já não é um especulador. Agora, Soros está “do lado dos anjos”.

O investidor que ganhou mais de mil milhões de dólares, em 1992, quando apostou na desvalorização da libra, defendeu que a sua preocupação agora passa por uma responsabilidade em manter a integridade da humanidade. “Tentar manter o sistema unido”, afirmou em entrevista à Bloomberg TV.

14h53 O presidente do Banco Central Europeu (BCE) também já falou em Davos. Mario Draghi afirmou que "ainda não existem evidências" de que as injecções de capital que o banco tem feito no sistema financeiro estejam a ter efeitos na economia real. "Sabemos se este dinheiro está a financiar a economia real? Ainda não temos essa evidência", disse Draghi.

"O que sabemos é que evitamos um grande evento de crédito. Há áreas da Zona Eurio onde o crédito está quase normalizado e outras onde está a registar uma enorme contracção", acrescentou o presidente do BCE.

14h48 O presidente executivo do Nomura para a Europa, Médio Oriente e África acredita que o pior da crise da dívida soberana da Zona Euro já passou. John Phizackerley afirmou que "existem evidências" que o pior já passou.

14h22 O responsável pelo Tesouro norte-americano reiterou que os Estados Unidos não vão disponibilizar mais dinheiro para ajudar a resolver a crise do euro, enquano a Europa não agir primeiro. Timothy Geithner apelou aos países da Zona Euro para reforçarem o poder de fogo do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

11h35 A Grécia voltou a ser tema de conversa em Davos. Em entrevista à Bloomberg Television, Christine Lagarde afirmou que não está "espectacularmente optimista em relação ao que tem sido feito no país".

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) assegurou que a Grécia precisa de um financiamento "significativo" para que possa voltar a erguer-se. Porque nenhum país pode depender de dívida "para sempre", disse. "Toda a gente tem de fazer o que pode para evitar essa situação", concluiu.

8h59 O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirmou que mantém a exposição aos cinco países do euro mais afectados pela crise da dívida - Grécia, Irlanda, Portugal, Itália e Espanha - "principalmente por razões sociais" e "parcialmente por razões económicas".

Apesar de ter mantido essa exposição de 15 mil milhões de dólares (11,4 mil milhões de euros), sair das nações da Zona Euro foi uma opção colocada em cima da mesa.

QUINTA-FEIRA, 26 JANEIRO

18h02 David Cameron disse aos líderes da União Europeia que devem ser "ousados" se quiserem livrar-se dos seus problemas económicos.

15h24 Na sua primeira visita ao Fórum Económico Mundial, o presidente da Guiné Conácri, Alpha Condé, assumiu estar presente em Davos para mostrar que "há uma nova África".

"Podemos ser o continente no século XXI", afirmou Conde, eleito para a presidência guineense no final de 2010. "Os líderes africanos têm de mudar as suas atitudes... não ter dinheiro em bancos estrangeiros", afirmou Condé, de acordo com a “BBC News”.

15h12 "Foram precisos 50 anos para que os europeus criassem uma moeda única. Parece que caminharam rápido demais para alguns dos seus membros". O comentário é do primeiro-ministro da Etiópia, Meles Zenawi, citado pela "BBC News".

Apesar de os estados africanos concordarem na necessidade de uma mais próxima relação, este tem de ser um processo cuidadoso e prolongado, declarou Zenawi em Davos. A aproximação entre os vários países de África está a ser discutida entre vários líderes do continente.

13h30 A austeridade, por si só, não tem os resultados pretendidos. Um bom exemplo disso é Portugal, disse Stephen King hoje em Davos.

Para o economista-chefe do HSBC, citado pela CNBC, a austeridade não dá os frutos desejados quando é seguida de forma isolada. Stephen King deu Portugal como o exemplo de um país que seguiu a via da austeridade e que está a seguir todas as regras, mas que continua em apuros.

12h45 A taxa sobre as transações financeiras, defendida pela França e pela Alemanha, é «simplesmente loucura», declarou hoje o primeiro-ministro britânico, David Cameron, no Fórum Económico Mundial, em Davos.

QUARTA-FEIRA, 25 JANEIRO

18h05 Merkel garante aos empresários mundiais que a Europa sairá desta crise mais forte e competitiva, apelando a que invistam num continente em que a crise acelerou reformas há muito reclamadas.

17h31
"Não podemos esperar muito mais tempo. Faltam dois minutos para a meia noite", alertou o administrador executivo da Royal Dutch/Shell, Peter Voser. A ausência de soluções para a crise da dívida na Europa continua a pesar no sentimento dos empresários. E, em Davos, os administradores discutem a necessidade de uma resolução clara da crise no Velho Continente.

"Estou convencido de que vão fazer tudo o que é necessário para conter a crise", declarou Urs Rohner, "chairman" do Crédit Suisse, citado pela Bloomberg. Rohner elogiou, principalmente, a postura de Mario Draghi no combate à crise da dívida.