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Daiwa: Novo resgate a Portugal pode contrariar especulação de reestruturação

O banco de investimento japonês Daiwa acredita que Portugal evitará a reestruturação da dívida mas exclui a hipótese de que o país regresse aos mercados ainda este ano. Defende, por isso, que se prolongue ou renove o programa de resgate em curso.

23 de Março de 2012 às 18:02
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O economista Tobias Blattner, do Daiwa, refere as taxas de juro da dívida portuguesa para argumentar que o mercado está a incorporar a expectativa de que o país siga o exemplo da Grécia em reestruturar a dívida.

Taxas de juro implícitas na dívida portuguesa nos "dois dígitos", ou seja, acima de 10%, "sugerem que os participantes de mercado esperam que Portugal siga a Grécia quanto a uma eventual reestruturação da dívida grega."

Entre Portugal e a Grécia, “as diferenças são maiores do que as parecenças”, diz o economista.

Para Blattner, Portugal pode reduzir a dívida sem recorrer a uma reestruturação, mas "certamente" que não vai conseguir regressar aos mercados "até ao final do ano". Por isso, seria melhor prolongar o actual programa de ajustamento "o quanto antes", afastando a especulação sobre a reestruturação da dívida, explica.

“Com a menor austeridade orçamental exigida [a Portugal], as hipóteses de que a economia portuguesa consiga escapar do ciclo vicioso de crescentes défices ao mesmo tempo que a economia se contrai de forma precipitada são incomensuravelmente menores”.

Por isso, acredita que o país pode escapar à reestruturação da dívida pública. Mas para que o país e a Zona Euro recuperem a confiança dos investidores seria importante que Portugal tivesse um novo programa de ajustamento - ou o prolongamento do actual.

“Embora seja certo que Portugal não virá a estar em posição de regressar aos mercados no final do ano, como previsto no actual pacote de resgate, estamos confiantes de que o país pode regressar a uma trajectória de redução da dívida, sem necessidade de uma reestruturação.”

Nesse sentido, poderia “prolongar-se o período de vida do pacote de resgate de Portugal o quanto antes, ajudando a reduzir a especulação sobre uma eventual reestruturação”, dando, dessa forma, espaço à economia “para respirar e regressar a uma trajectória de crescimento sustentável”.
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