Notícia
CTP: Só com grande aumento de produtividade é que se pode subir salário mínimo
As confederações patronais mostraram-se disponíveis para retomar a agenda de trabalhos da Concertação Social, nomeadamente a discussão do aumento do salário mínimo nacional para 2022.
15 de Novembro de 2021 às 18:59
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) considera que atualmente interessa debater fatores que produzam produtividade e competitividade, mais do que discutir o salário mínimo, que está a ajustar dada a falta de mão de obra.
Em declarações à Lusa, a propósito da reunião de Concertação Social de terça-feira, na qual o Governo vai levar a proposta de atualização do salário mínimo nacional à discussão, Francisco Calheiros começou por frisar que a confederação tem a noção que os salários em Portugal são no geral baixos, mas que se "os empresários não pagam mais não é porque não querem, é porque não podem", sobretudo aquelas empresas que têm trabalhos menos qualificados.
"Nós temos a verdadeira noção que - não é o ordenado mínimo, ou o médio - os ordenados, em geral, em Portugal são baixos, mas este é o espetro também do país que temos: as nossas empresas são, maioritariamente, formadas por pequenas e microempresas e, por isso, insistimos muito na luta, na guerra entre aspas, da produtividade, porque só com um grande aumento de produtividade é que se pode aumentar (o salário mínimo)", afirmou o responsável.
"Agora, sempre disse também que os ordenados, sejam eles quais forem, não podem ser feitos por decreto. Não posso dizer que é 100, 1.000 ou 2.000. Não, não é isso. O Governo decidiu na altura uma série de indicadores - a inflação, o crescimento da economia, a produtividade, que traduzir-se-ia em x euros. Nos últimos anos, esse número foi sempre menor do que o verdadeiro aumento do salário mínimo, mas como não nos esquecemos também que a 'troika' [por ocasião do pedido de ajuda externa] congelou esses mesmos salários, todas as entidades patronais - insisto, todas - aprovaram e assinaram o (acordo para) o salário mínimo", sublinhou ainda.
O presidente da CTP reforçou também que defende que o que tem que funcionar em "qualquer salário é a lei mais antiga da economia", a lei da oferta e da procura, e que isso já se nota a acontecer, tendo em conta que a falta de recursos humanos é uma realidade que todo o setor do turismo se queixa.
"O tempo veio a dar-me razão. O que é que acontece neste momento? Não há pessoas (para trabalhar), neste momento, o mercado tratou de corrigir [os valores de salários mais baixos]. O ordenado mínimo são neste momento 665 euros, mas não se arranja trabalhadores a 665 euros, nem aos 705 euros que o Governo quer", afirma.
O Governo vai propor aos parceiros sociais um aumento do SMN dos atuais 665 euros para os 705 euros em 2022, tal como confirmou o primeiro-ministro, António Costa, numa entrevista recente à RTP1.
Atualmente, Francisco Calheiros diz-se "muito mais interessado em discutir fatores que possam produzir produtividade, competitividade nas empresas, como os famosos custos de contexto, que são muitos", ou em ver o que se pode fazer com o aumento da energia", do que "em discutir o salário mínimo".
Isto, porque, justifica, "o mercado encarrega-se", nomeadamente com a taxa de desemprego que Portugal atualmente tem, mesmo que "reagindo com algum atraso".
"Está a acontecer o que estava a prever que acontecesse em 2020: não há desemprego, e ainda bem. E aqui é de saudar a resiliência dos empresários, que mantiveram as empresas, e justiça seja feita às medidas que o Governo tomou em início da pandemia que foram extremamente positivas, nomeadamente o 'lay-off' e o apoio à retoma".
Razões pelas quais o presidente da CTP acredita que os valores do desemprego estão baixos.
A taxa de desemprego situou-se em 6,1% no terceiro trimestre do ano, inferior em 0,6 pontos percentuais à do trimestre anterior e em 1,9 pontos à do mesmo período do ano passado, divulgou em 10 de novembro o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O primeiro-ministro garantiu, numa entrevista à RTP, na semana passada, que os salários dos funcionários vão ser atualizados, apesar do 'chumbo' do OE2022 em 27 de outubro e da dissolução do parlamento e consequentes eleições legislativas antecipadas, a realizar em 30 de janeiro de 2022.
"Vamos fazer tudo o que é normal fazer: Subida do salário mínimo, atualização dos salários [da função pública], atualização das pensões. Quanto aos outros compromissos, como a atualização extraordinária das pensões, a redução do IRS, a criação das novas prestações sociais, designadamente do combate à pobreza infantil, todas essas medidas extraordinárias ou novas medidas, incluiremos no programa eleitoral com o compromisso de as aplicarmos retroativamente ao dia 1 de janeiro", frisou António Costa.
As confederações patronais mostraram-se disponíveis para retomar a agenda de trabalhos da Concertação Social, nomeadamente a discussão do aumento do salário mínimo nacional para 2022.
"A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), na sequência da audição com sua Excelência o Presidente da República e da recente reunião com o Senhor Primeiro-Ministro, estão disponíveis para retomar, dentro do atual contexto político, a agenda de trabalhos da Comissão Permanente da Concertação Social (CPCS), designadamente a discussão sobre o aumento do salário mínimo para o próximo ano", segundo um comunicado sobre a posição conjunta das quatro confederações patronais.
A CAP, CCP, CIP e CTP consideraram, porém, que, para uma efetiva discussão da atualização do salário mínimo, "é fundamental que o Governo apresente os fundamentos económicos que suportam a referida proposta".
Em declarações à Lusa, a propósito da reunião de Concertação Social de terça-feira, na qual o Governo vai levar a proposta de atualização do salário mínimo nacional à discussão, Francisco Calheiros começou por frisar que a confederação tem a noção que os salários em Portugal são no geral baixos, mas que se "os empresários não pagam mais não é porque não querem, é porque não podem", sobretudo aquelas empresas que têm trabalhos menos qualificados.
"Agora, sempre disse também que os ordenados, sejam eles quais forem, não podem ser feitos por decreto. Não posso dizer que é 100, 1.000 ou 2.000. Não, não é isso. O Governo decidiu na altura uma série de indicadores - a inflação, o crescimento da economia, a produtividade, que traduzir-se-ia em x euros. Nos últimos anos, esse número foi sempre menor do que o verdadeiro aumento do salário mínimo, mas como não nos esquecemos também que a 'troika' [por ocasião do pedido de ajuda externa] congelou esses mesmos salários, todas as entidades patronais - insisto, todas - aprovaram e assinaram o (acordo para) o salário mínimo", sublinhou ainda.
O presidente da CTP reforçou também que defende que o que tem que funcionar em "qualquer salário é a lei mais antiga da economia", a lei da oferta e da procura, e que isso já se nota a acontecer, tendo em conta que a falta de recursos humanos é uma realidade que todo o setor do turismo se queixa.
"O tempo veio a dar-me razão. O que é que acontece neste momento? Não há pessoas (para trabalhar), neste momento, o mercado tratou de corrigir [os valores de salários mais baixos]. O ordenado mínimo são neste momento 665 euros, mas não se arranja trabalhadores a 665 euros, nem aos 705 euros que o Governo quer", afirma.
O Governo vai propor aos parceiros sociais um aumento do SMN dos atuais 665 euros para os 705 euros em 2022, tal como confirmou o primeiro-ministro, António Costa, numa entrevista recente à RTP1.
Atualmente, Francisco Calheiros diz-se "muito mais interessado em discutir fatores que possam produzir produtividade, competitividade nas empresas, como os famosos custos de contexto, que são muitos", ou em ver o que se pode fazer com o aumento da energia", do que "em discutir o salário mínimo".
Isto, porque, justifica, "o mercado encarrega-se", nomeadamente com a taxa de desemprego que Portugal atualmente tem, mesmo que "reagindo com algum atraso".
"Está a acontecer o que estava a prever que acontecesse em 2020: não há desemprego, e ainda bem. E aqui é de saudar a resiliência dos empresários, que mantiveram as empresas, e justiça seja feita às medidas que o Governo tomou em início da pandemia que foram extremamente positivas, nomeadamente o 'lay-off' e o apoio à retoma".
Razões pelas quais o presidente da CTP acredita que os valores do desemprego estão baixos.
A taxa de desemprego situou-se em 6,1% no terceiro trimestre do ano, inferior em 0,6 pontos percentuais à do trimestre anterior e em 1,9 pontos à do mesmo período do ano passado, divulgou em 10 de novembro o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O primeiro-ministro garantiu, numa entrevista à RTP, na semana passada, que os salários dos funcionários vão ser atualizados, apesar do 'chumbo' do OE2022 em 27 de outubro e da dissolução do parlamento e consequentes eleições legislativas antecipadas, a realizar em 30 de janeiro de 2022.
"Vamos fazer tudo o que é normal fazer: Subida do salário mínimo, atualização dos salários [da função pública], atualização das pensões. Quanto aos outros compromissos, como a atualização extraordinária das pensões, a redução do IRS, a criação das novas prestações sociais, designadamente do combate à pobreza infantil, todas essas medidas extraordinárias ou novas medidas, incluiremos no programa eleitoral com o compromisso de as aplicarmos retroativamente ao dia 1 de janeiro", frisou António Costa.
As confederações patronais mostraram-se disponíveis para retomar a agenda de trabalhos da Concertação Social, nomeadamente a discussão do aumento do salário mínimo nacional para 2022.
"A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), na sequência da audição com sua Excelência o Presidente da República e da recente reunião com o Senhor Primeiro-Ministro, estão disponíveis para retomar, dentro do atual contexto político, a agenda de trabalhos da Comissão Permanente da Concertação Social (CPCS), designadamente a discussão sobre o aumento do salário mínimo para o próximo ano", segundo um comunicado sobre a posição conjunta das quatro confederações patronais.
A CAP, CCP, CIP e CTP consideraram, porém, que, para uma efetiva discussão da atualização do salário mínimo, "é fundamental que o Governo apresente os fundamentos económicos que suportam a referida proposta".