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Crescimento do PIB nacional abranda para 2,2% no primeiro trimestre

O crescimento do PIB nacional abrandou para os 2,2% no primeiro trimestre deste ano, prejudicado pelas quebras verificadas no consumo privado e no investimento, anunciou o Instituto Nacional de estatística (INE) em comunicado.

31 de Julho de 2001 às 15:00
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O crescimento do produto interno bruto (PIB) nacional no primeiro trimestre deste ano abrandou para os 2,2%, prejudicado pelas quebras verificadas no consumo privado e no investimento, anunciou o Instituto Nacional de estatística (INE) em comunicado.

A variação homóloga do PIB foi de 2,2% no primeiro trimestre do ano corrente, o que traduz um significativo abrandamento face ao trimestre anterior», sublinhou o INE, no referido comunicado.

No mesmo período do ano passado, a economia nacional registou uma taxa de crescimento homólogo na ordem dos 3,3%, 1,1 pontos percentuais acima da verificada nos primeiros três meses deste ano.

Os números divulgados hoje comparam ainda com o aumento de 3,4% verificado no PIB nacional no trimestre anterior, segundo a mesma fonte.

O INE referiu que, na óptica da despesa, foi «visível o abrandamento generalizado das componentes da procura interna, continuando a trajectória descendente verificada ao longo do ano de 2000».

As estimativas da Comissão Europeia apontam para um crescimento do PIB nacional na ordem dos 2,6% no corrente ano, enquanto o Governo tomou como boas as previsões do Banco de Portugal, que apontam para uma progressão da economia entre os 2% e os 2,5% em 2001.

Aumento do consumo privado abranda para 0,2%

O consumo privado cresceu a uma taxa de 0,2% nos primeiros três meses do corrente ano, depois de ter aumentado 3,1% no mesmo período do ano passado, com a progressão verificada no quarto trimestre de 2000 a situar-se nos 1,8%.

No segmento das administrações públicas, verificou-se também uma diminuição do ritmo de crescimento do consumo, que aumentou 2,2%, depois de crescer a uma taxa de 3,1% no trimestre anterior, segundo a mesma fonte.

O abrandamento registado ao nível do consumo privado foi «fortemente influenciado pela componente dos bens duradouros, em particular os bens automóveis, que registaram uma quebra significativa» neste trimestre, de acordo com o INE.

O INE referiu que a descida das vendas no sector automóvel foi parcialmente devida à «antecipação das compras de veículos “todo-o-terreno” para o final do ano de 2000, devido à entrada em vigor de um novo regime para o importo automóvel (IA) no início deste ano, que estabeleceu um agravamento da carga fiscal para este tipo de veículos».

No primeiro trimestre de 2001, as vendas de automóveis ligeiros recuaram 14,6% face ao período homólogo, com o segmento dos veículos «todo-o-terreno» a apresentar uma quebra de 41,1% no mesmo período, de acordo com dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP).

Investimento recua 3,1% no primeiro trimestre

O investimento em Portugal, medido pela formação bruta de capital, a preços constantes desde 1995, caiu 3,1% no primeiro trimestre deste ano, sendo a variável do PIB que registou o «comportamento mais desfavorável» naquele período, de acordo com o INE.

As despesas de investimento ascenderam aos 6,66 mil milhões de euros (1,336 mil milhões de contos) nos primeiros três meses deste ano, números que comparam com os 6,88 mil milhões de euros (1,379 mil milhões de contos) atingidos no primeiro trimestre de 2000.

Segundo a mesma fonte, esta evolução esteve relacionada com as quebras verificadas nas componentes de material de transporte e da construção, com a oferta a cair 1,6% neste último segmento, para os 1,59 mil milhões de euros (318,32 milhões de contos).

Exportações compensam parcialmente abrandamento do consumo interno

No primeiro trimestre deste ano, a «procura externa foi a componente mais dinâmica da despesa, ainda que em desaceleração face ao trimestre anterior», segundo o comunicado do INE.

As exportações nacionais, excluindo a componente do turismo, aumentaram 4,4% nos primeiros três meses do ano, face ao período homólogo, depois de registarem um crescimento superior a 6% no último trimestre de 2000.

O aumento das exportações contrastou com a diminuição homóloga de 2,1% verificada nas importações de bens e serviços, em termos de volume, uma evolução que foi explicada pelo INE com a «desaceleração da procura interna».

A mesma fonte sublinhou que «da combinação destas variáveis resulta uma contribuição da procura externa líquida para o crescimento do PIB muito positiva, contrabalançando o crescimento quase nulo da procura interna».

Oferta regista aumento homólogo de 1,9%

Relativamente à oferta, verificou-se no primeiro trimestre «um abrandamento generalizado do valor acrescentado bruto por ramos de actividade», com os segmentos da agricultura e da construção a serem os que mais contribuíram para a desaceleração verificada, afectados por «condições climatéricas adversas», de acordo com o INE.

No sector da agricultura, silvicultura e pescas, a queda de 6,1% verificada na oferta suplantou o recuo de 1,6% verificado na construção, enquanto o segmento da indústria e electricidade apresentou uma taxa de crescimento homóloga de 2,7%, 0,1 pontos percentuais abaixo da verificada no trimestre anterior.

O ramos das telecomunicações constituiu uma excepção, com um comportamento considerado «dinâmico». No sector dos serviços, que integra o segmento das comunicações, a oferta aumentou 3,7% face ao período homólogo.

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