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CPLP avança para criação de uma união de bancos e seguradoras

A criação de uma união de bancos, seguradoras e instituições financeiras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) foi o principal objectivo definido pelos responsáveis que hoje se reuniram, em Lisboa, num evento promovido pela Confederação Empresarial da CPLP.

02 de Junho de 2014 às 23:28
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"Hoje, foi dado o primeiro passo para uma união de bancos e seguradoras da CPLP. Temos agora dois grandes desafios, que passam pela criação desta união e pela identificação do seu espaço de actuação", afirmou Paulo Lopes, presidente da Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento.

 

Segundo o responsável, são várias as áreas de actuação da nova entidade financeira de perfil multilateral, que terá como finalidade "contribuir para reduzir os constrangimentos de escala dos países da CPLP".

 

Esta união financeira deverá ter "um papel activo na promoção do intercâmbio de 'know how' entre os participantes, criar condições para ter uma plataforma comum para a promoção de quadros", e contribuir para a "harmonização de regulação dos diferentes sistemas financeiros da CPLP", especificou Paulo Lopes.

 

Durante todo o dia, foram discutidas estas matérias na sede do BCP, em Lisboa, por vários representantes dos bancos, seguradoras e instituições de crédito dos oito países da CPLP, envolvendo ainda as associações dos diferentes sectores envolvidos.

 

"Apenas demos o pontapé de saída. A comissão organizadora teve imenso trabalho para dar este passo, mas ainda muito mais há para fazer", lançou Paulo Lopes. O líder da Sofid deu ainda conta de que outros assuntos estiveram em cima da mesa, apontando como exemplo para a proposta de criação de um banco de desenvolvimento da CPLP, apresentada por um representante de Cabo Verde.

 

Por seu turno, Francisco Almeida Leite, administrador da Sofid, apresentou a "Declaração de Lisboa", o documento resultante do 1.º Encontro de bancos, seguradoras e instituições financeiras da Confederação Empresarial da CPLP e onde consta o objectivo de criação de uma união financeira no espaço lusófono.

 

"Queremos trabalhar em ambientes mais propícios ao desenvolvimento", assinalou Georgina de Mello, directora geral da CPLP. A responsável destacou que, actualmente, "a língua portuguesa é uma língua de negócios em quatro continentes", apontando para o papel relevante das instituições financeiras no esforço de desenvolvimento das economias da CPLP.

 

E apontou para o objectivo de tornar possível a prazo "a circulação de pessoas, bens e capitais" na CPLP. "Estamos a fazer história, ao criar uma plataforma importantíssima para o desenvolvimento social e económico da CPLP", realçou o moçambicano Salimo Abdula, presidente da Confederação Empresarial da CPLP.

 

Já o vice-governador do Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves, apontou para a utilidade da iniciativa de hoje, sublinhando que existe um "objectivo partilhado de reforçar as ligações" entre os agentes do sistema financeiro dos diferentes países da CPLP.

 

A promoção do crescimento económico e do emprego está directamente ligada ao bom funcionamento do sector, algo que foi assinalado por Pedro Duarte Neves. "Esta cooperação será um contributo importante para a estabilidade financeira", preconizou.

 

Nuno Amado (na foto), presidente do BCP e anfitrião deste primeiro encontro, realçou que o espaço lusófono "tem muito mais pontos em comum do que divergentes", considerando importante o debate acerca da "promoção do desenvolvimento das economias da CPLP". E classificou a futura entidade como "uma estrutura de diálogo e intervenção dos diversos 'players' do sector" do mundo que se expressa em português.

 

Salientando a aposta do BCP em países como Angola, Moçambique e Macau, Nuno Amado apontou para o "grande potencial" destes mercados, sobretudo, ao nível do "alargamento da inclusão financeira", em termos geográficos e populacionais.

 

Finalmente, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, considerou no discurso de encerramento que "este encontro abre caminho a uma colaboração ainda mais estreita entre os vários agentes do sistema financeiro" dos países lusófonos.

 

A meta a atingir é a "maior estabilidade financeira do espaço da CPLP, como um todo", destacou a governante. A ministra apontou para o caminho difícil que Portugal percorreu nos últimos anos, considerando que "o ajustamento iniciado em 2011 tem que continuar muito para além do fim do programa" definido com a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional). "O sucesso da recuperação da economia portuguesa será o melhor contributo do país para a CPLP, porque o sucesso de um é o sucesso de todos", concluiu.

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