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Costa: Recuperação tem de assentar no investimento. Prioridade é recuperar empresas e emprego
António Costa assume que as prioridades mudaram face a janeiro e defende que a recuperação tem de assentar num forte investimento. O primeiro-ministro garante que não haverá bloco central.
O primeiro-ministro defende que a pandemia da covid-19 veio alterar as prioridades definidas em janeiro e argumenta que "para retomar a trajetória de recuperação de rendimentos é preciso recuperar as empresas e o trabalho".
Em entrevista ao Expresso, António Costa insiste na ideia de que não vai haver austeridade e aponta um forte investimento como base para a recuperação.
"Temos de desenhar o nosso plano de recuperação, que tem de assentar num fortíssimo plano de investimento — temos um conjunto programado, na ferrovia, nos hospitais. Vamos ter um programa de emprego que permita absorver muita da mão de obra que ficou disponível", diz.
"Pergunta-me se as prioridades que tínhamos em janeiro são as que temos hoje? Não, não são. Agora, sabemos que para retomar a trajetória de recuperação de rendimentos é preciso recuperar as empresas e o trabalho", sublinha.
E Costa indica que há "uma necessidade acrescida de atrair investimento estrangeiro", adiantando que "temos bons sinais de que os que tínhamos em carteira não ficaram perdidos — e temos registado novas intenções".
O líder do Governo deixa também pistas sobre a estratégia pretendida, com um reforço da capacidade produtiva. "As cadeias de valor à escala global vão ter de ser reestruturadas, porque não podemos depender tanto de um só país. E isso vai criar um quadro de revalorização da produção nacional de um conjunto de bens".
Já sobre uma aproximação ao PSD e a possibilidade de um bloco central, Costa é liminar: "nem o PSD nem o PS querem. Quando nem a noiva nem o noivo querem, não vale a pena insistir nessa proposta de casamento".