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Costa admite que morte de grávida do Santa Maria tenha sido "gota de água" para Temido

Primeiro-ministro diz que processo de substituição ocorrerá "quando for oportuno", ressalvando, contudo, que "não será rápido".

Miguel Baltazar
30 de Agosto de 2022 às 15:29
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O primeiro-ministro admitiu esta terça-feira que a morte da grávida transferida do Santa Maria tenha sido "a gota de água" para a ministra da Saúde demissionária, Marta Temido.

"Ser membro do governo é muito exigente e há pastas onde é particularmente desgastante. Para quem foi ministro da Saúde num período tão duro como aquele que tivemos que enfrentar nos primeiros dois anos de pandemia, percebo que alguém estabeleça como uma linha vermelha a existência de falecimentos num processo que decorre em serviços sobre o qual estão na sua tutela", afirmou.

"Admito que tenha sido uma gota de água", acrescentou. O líder do governo admitiu não estar à espera da demissõa de Marta Temido, mas garantiu compreendê-la. "Como sabemos, ninguém é membro do governo, está-se no governo, portanto, o primeiro-ministro tem de estar sempre preparado para a ideia de que pode acontecer", disse.


Questionado sobre se não conseguiu demover a ministra demissionária da decisão, António Costa, que falou aos jornalista a partir do Palácio de São Bento, disse que, "desta vez, não se sentiu em condições de não respeitar a decisão e de não aceitar o pedido". Sobre quem e quando será nomeado um subsituto, o líder do Executivo socialista remeteu para "quando for oportuno". 

"Não será rápido", declarou. 

O primeiro-ministro salientou ainda a importância da reforma que está em curso no Serviço Nacional de Saúde, apontando que considera melhor primeiro "concluir o trabalho em curso".

"Em julho aprovámos o estatuto do SNS, uma das peças fundamentais é a criação da direção executiva, estava agendado para dia 15 de setembro no próximo Conselho de Ministros. Pode ser que consigamos antecipá-lo, mas era muito importante que ainda fosse a atual ministra a apresentá-lo ao Conselho de Ministro, de forma a não haver mais atrasos na aprovação deste diploma, que é uma peça-chave", vincou.

A demissão de Marta Temido foi conhecida durante a madrugada desta terça-feira, no seguimento da notícia da morte de uma grávida durante a transferência do Hospital Santa Maria para o Hospital São Francisco Xavier.

A decisão da ainda governante foi vista pelo setor da Saúde como "inevitável" e expectável". Já os partidos com assento parlamentar consideram que a saída de Marta Temido do governo foi "tardia" e pedem "sinais claros" de "mudança de políticas" para o SNS.



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