Os particulares recorrem mais ao Mediador do Crédito. Isto tendo em conta os dados existentes sobre a actividade desta figura e que só vai até ao final de 2010. O Banco de Portugal diz não ter outros dados disponíveis.

Em 2010, dos processos recepcionados pelo Mediador 87,6% tinham proveniência de particulares e apenas 12,4% chegaram de empresas.

A reestruturação e a consolidação de créditos representaram 69,2% dos processos entrados em 2010, tendo os casos relacionados com crédito habitação caído para 15,4%. O crédito pessoal contou com 5,1% dos pedidos.

“O aumento significativo (em termos percentuais) que se registou na recepção de pedidos de reestruturação e consolidação, aliado ao aumento do nível de exigências das instituições de crédito no momento da negociação determinou, em parte, a redução da taxa de sucesso da mediação (54% em 20101 vs. 75% em 2009)”, diz o relatório de actividades do Mediador do Crédito referente a 2010.

A média mensal em 2010 de processos entrados foi de 15. No total do ano foram recepcionados pelo Mediador 178 casos, que deram origem a 782 ofícios. Até Dezembro de 2010, foram concluídos 71 processos de mediação. No entanto, revela-se que há um fraco recurso a esta figura, quer por desconhecimento da sua existência e das suas funções, quer por "resignação dos clientes bancários quando confrontados com o agravamento das condições exigidas pelas instituições de crédito e sociedades financeiras".

Dos processos recebidos, enquadráveis com a actividade do Mediador (87), a maior parte refere-se à recusa do empréstimo ao requerente ou concessão do empréstimo num montante inferior ao solicitado, tentativa infrutífera de consolidação de créditos por parte do requerente, exigência de garantia adicional por parte da instituição de crédito ou sociedade financeira e tentativa frustrada do requerente em reestruturar os seus créditos.

Em 2010, 69,2% dos processos objecto de mediação estavam relacionados com areestruturação e a consolidação de créditos de particulares.