A Confederação da Indústria de Portuguesa (CIP) considera que a apresentação de um Orçamento Rectificativo poderá resolver alguns problemas como sejam as dívidas do Estado na área da saúde e da construção, afirmou Nogueira Simões, vice-presidente da CIP, aos jornalistas após um encontro com o primeiro ministro.

O Orçamento Rectificativo «vem resolver algumas questões que estavam por resolver como por exemplo o abaixamento das receitas fiscais e algumas despesas», nomeadamente na área da saúde e nas «dívidas à construção» que ascendem actualmente a «dezenas de milhares de contos», afirmou Nogueira Simões.

O responsável da CIP considerou que «é importante implementar algumas medidas para travar o abrandamento da economia», bem como para enfrentar «um certo nervosismo» que tomou conta do país.

Nogueira Simões defendeu que «Portugal perdeu competitividade ao longo dos últimos quatro anos», sublinhando que a diferença entre os salários e a produtividade cresceu cinco vezes mais em Portugal do que na Europa, durante aquele período.

O mesmo dirigente considerou «preocupante» para Portugal o alargamento da União Europeia, tendo em conta as esperadas reduções dos fundos comunitários e o aumento da competição, derivado da existência de mão-de-obra especializada e mais barata em alguns países de Leste, por exemplo.

Quanto à Reforma Fiscal, a mesma fonte considerou que «se calhar foi muito pouco oportuno tomar as medidas que se tomaram, adiantando ainda que «só pagam mais os que já pagavam».

Nogueira Simões afirmou que «um país como o nosso precisa de investimento estrangeiro para se desenvolver e não feito nada por isso».

Em Julho, a CIP vai voltar com António Guterres para discutir a produtividade, avançou Nogueira Simões.