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CGTP admite greve geral dos setores público e privado. Seria a primeira desde 2013
A secretária-geral da CGTP admite um aumento da contestação e não exclui a possibilidade de uma greve geral dos setores públicos e privado, eventualmente com a UGT. "Depende da evolução da situação e das respostas que forem dadas", diz Isabel Camarinha.
A secretária-geral da CGTP admite um aumento da contestação e não exclui a possibilidade de uma greve geral dos setores público e privado, em convergência com a UGT.
"Não lhe vou antecipar o que está discutido", responde Isabel Camarinha, em entrevista ao Negócios e à Antena 1. "Depende da evolução da situação e depende das respostas que sejam dadas", acrescenta.
Seria a primeira greve geral desde 2013, quando Portugal estava em pleno programa de ajustamento. Desde os anos oitenta, como aqui ilustrámos, a CGTP fez dez greves gerais, quatro delas com a UGT e duas durante a anterior maioria absoluta do Partido Socialista (PS).
"O Governo aprovou o Orçamento do Estado, que não garante de facto aquilo que consideramos que era necessário. As propostas de alteração à legislação laboral também não incluem as matérias que para a CGTP são essenciais para alterar o modelo que temos", tinha dito.
Ao longo da entrevista, Isabel Camarinha alertou para os efeitos da perda de poder de compra gerada por uma inflação que, de acordo com as principais projeções, deverá ficar no final do ano entre os 4% e os 4,5%. Em abril os preços estavam a subir 7,2% em termos homólogos.
A secretária-geral da CGTP considera que este aumento de preços, que se traduz numa desvalorização real dos salários, pode agravar as situações de pobreza entre trabalhadores.
Nos próximos meses o Governo pretende discutir em concertação social um acordo de competitividade e rendimentos que a secretária-geral da CGTP não dá como certo.
Reiterando as suas propostas de aumentos de salários (em 90 euros) e de alteração da lei laboral, contesta a ideia que consta do Programa do Governo de dar benefícios em IRC às empresas que aumentem salários.
A aprovação das medidas da chamada agenda do trabalho digno e a preparação do Orçamento do Estado para 2023 também vão marcar os próximos meses.
O Governo deixou cair o compromisso de atualizar os salários da Função Pública em linha com a inflação registada no ano anterior mas já disse que no próximo ano vai cumprir a lei que prevê que a maioria dos pensionistas tenha aumentos acima da inflação.