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Centeno: "Saída do ‘lixo’ é apenas um momento na caminhada" da estabilidade da economia

A subida do rating de Portugal para a categoria de investimento de qualidade e a perspectiva de uma melhoria por parte das outras agências de notação financeira "traz solidez adicional" ao processo de estabilidade da economia, sublinhou o ministro das Finanças em entrevista à RTP1.

Miguel Baltazar/Negócios
17 de Setembro de 2017 às 20:34
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Questionado na RTP1 sobre o impacto da decisão da Standard & Poor’s de retirar Portugal da categoria de "lixo" (investimento especulativo), Mário Centeno afirmou que esta subida do "rating" e a perspectiva de que a Moody’s e a Fitch façam em breve o mesmo "traz solidez adicional ao processo de estabilidade da economia".

 

"É apenas um momento desta caminhada, mas é um momento muito decisivo e marcante. A ideia que temos, a partir daqui, é a de que que os custos de financiamento do Estado sejam reduzidos. E é muito importante que o país esteja nesta trajectória num momento em que a política monetária das grandes economias está a mudar e o país tem de se preparar - e estamos a fazê-lo", afirmou o ministro das Finanças.

Centeno frisou, nesta entrevista no Telejornal da RTP1, que "os investidores internacionais que não estavam em condições de investir na dívida portuguesa, pelo seu carácter especulativo, agora estão em condições de o fazer".

 

Quanto às expectativas em relação às decisões que irão ser tomadas pelas duas outras grandes agências – Fitch e Moody’s –, o ministro das Finanças referiu que "as expectativas que estão formadas, agora de forma mais sólida, é que as restantes agências façam o mesmo trajecto e alterem a classificação para investimento".

 

No final do ano, recordou Centeno, teremos a decisão da Fitch, e logo no início de 2018 será expectável que a Moody’s também volte e pronunciar-se. E é expectável que esta decisão da S&P acelere o processo de subida do "rating", o que já tem estado a ser antecipado, mesmo antes de a Standard & Poor’s ter retirado Portugal do "lixo", pelo facto de ambas as agências terem elevado a perspectiva da evolução da dívida portuguesa de ‘estável’ para ‘positiva’.

 

"Este é um processo longo, mas é apenas um momento. É um momento decisivo, mas o país não pode vacilar na consolidação das finanças públicas", reiterou o governante.

 

Neste momento, no que diz respeito à S&P, "a perspectiva é estável e a recomendação é de investimento. Estamos todos cientes da exigência deste processo, que não pode ser interrompido, mas é um processo que só se conseguiu iniciar quando o Governo tomou os problemas do sector financeiro no topo da sua agenda", acrescentou.

Presidência do Eurogrupo está próxima?

Questionado sobre se está mais perto de chegar à presidência do Eurogrupo e se poderia conciliar esse cargo com a tutela do Ministério das Finanças, Mário Centeno respondeu que esse "é um lugar que é ocupado por um ministro das Finanças da área do euro e, por isso, é necessariamente compatível".

 

"Tenho dito que o objectivo nacional, mais importante do que a presidência do Eurogrupo, é que as ideias e ideais que Portugal tem para a Europa sejam discutidos em todos os foruns da área do euro e da União Europeia. O meu foco é a estabilidade das contas públicas e assim vai continuar a ser, mesmo que um dia Portugal consiga ter a capacidade de ter a presidência do Eurogrupo", assinalou.



(notícia actualizada às 21:01)

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