A candidata do CDS-PP às legislativas, Isabel Galriça Neto, considerou hoje que a exclusão de João Lobo Antunes do Conselho Nacional de Ética "parece uma retaliação" e defendeu que o Governo deve explicar as razões da sua decisão.

"Na ausência de uma explicação mais clara, que faz falta, parece que podemos interpretar este afastamento como uma retaliação do Governo por causa de um parecer sobre o diploma sobre o direito à informação, onde estava contida a questão do testamento vital", afirmou Isabel Galriça Neto, citada pela Lusa.

A candidata do CDS-PP mostrou "preocupação e surpresa" pela "forma como o processo parece ter sido conduzido" e lamentou que "tenha sido excluída" do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) uma "personalidade de valor mais que reconhecido na sua área científica, ética e de cultura".

Esta reacção surge depois de o “Sol” ter avançado que o Presidente da República terá ficado “estupefacto” com a exclusão de Lobo Antunes do CNECV. Ao que o semanário apurou o Governo terá assumido, com Cavaco Silva, o compromisso de reconduzir o neurocirurgião no órgão consultivo.

Esta informação já foi, contudo, negada à Lusa por fonte oficial do Governo que disse não ter havido “qualquer compromisso para a recondução de João Lobo Antunes”. A agência noticiosa tentou contactar a Presidência da República mas tal não foi possível até ao momento.

José Sócrates e Cavaco Silva fizeram um acordo de cooperação mas este tem vindo a degradar-se à medida que se aproxima o final do mandato. Um dos sinais da crispação é o número crescente de vetos que o Presidente da República tem feito aos diplomas do Governo.