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Cavaco alerta para os riscos da globalização e defende flexigurança
Os governos nacionais devem adoptar políticas que protejam os trabalhadores e promovam a mobilidade, investindo mais na qualificação dos recursos humanos", defendeu ontem o Presidente da República na cerimónia de atribuição do doutoramento Honoris Causa p
"Os governos nacionais devem adoptar políticas que protejam os trabalhadores e promovam a mobilidade, investindo mais na qualificação dos recursos humanos", defendeu ontem o Presidente da República na cerimónia de atribuição do doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Goa.
Inquirido depois pelos jornalistas portugueses, Cavaco esclareceu que se as suas posições estão "muito de acordo com as ideias modernas que hoje adquiriram uma palavra na Europa – flexigurança – ser flexível e ao mesmo tempo assegurar segurança, criando redes de protecção social aqueles que são afectados pela globalização".
Numa cerimónia na Kala Academy, da Universidade de Goa, pouco depois de um pequeno grupo de estudantes nacionalistas se ter manifestado publicamente contra a atribuição do doutoramento ao presidente português, Cavaco Silva optou por falar da globalização, e citando economistas de renome e de origem indiana como o Prémio Nobel Amartya Sen e Jagdish Bhagwati, evidenciou as vantagens e os riscos do processo.
Entre estes apontou "o risco do aumento das desigualdade na distribuição dos rendimentos a nível mundial" e defendeu que "as políticas económicas devem incorporar os pobres no processo de crescimento, através de medidas que melhorem a educação, a saúde e as infraestruturas".
"A globalização tem contribuído para uma melhor afectação de recursos à escala global, tem sido certamente uma força positiva. Contudo, se ao mesmo tempo conduzir os já poderosos a uma posição de poder ainda superior, então é uma força que necessita de ser domada", defendeu.
"A Europa, em particular, tem uma responsabilidade especial de acomodar as necessidades de desenvolvimento de um número crescente de países interessados em participar na economia global", concluiu.