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Carlos Moedas: António Borges "marcou uma geração" com a sua sabedoria

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, lamentou a morte prematura do economista António Borges, que faleceu este domingo vítima de doença prolongada, elogiando as suas capacidades intelectuais ímpares que marcaram, segundo o próprio, toda uma geração.

25 de Agosto de 2013 às 14:35
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"Estou muito consternado com este desaparecimento de António Borges. Para mim, era um homem de uma sabedoria imensa, daqueles raros homens, que há poucos, que conseguia explicar por palavras simples conceitos muito complexos. E isso levou a que uma geração, que é a minha, fosse uma geração que ficará para sempre marcada por este homem", disse à agência Lusa o governante.

 

Segundo Carlos Moedas, António Borges "era um homem que gostava de ensinar, que gostava de explicar, que acreditava no mérito e na liberdade do indivíduo" e, por isso, o responsável diz que recordará para sempre alguém que, "para além de um amigo, foi um grande professor".

 

Carlos Moedas foi colega de trabalho de António Borges no banco norte-americano Goldman Sachs, onde viveram "muitas histórias e momentos" únicos, que fortaleceram a amizade que os unia.

 

"Marcou-me desde a primeira vez que o conheci. Foi em Agosto do ano 2000. Eu era um jovem que entrava para uma grande organização chamada Goldman Sachs e não sabia muito bem o que era um banco. E o António Borges olhou para mim e disse-me: é português, venha cá que eu quero conhecê-lo", revelou.

 

Aliás, o forte sentido patriota de António Borges é destacado pelo secretário de Estado, que recorda um homem "sempre ligado aos portugueses", que organizava jantares "com todos os portugueses que trabalhavam na banca para lhes dar conselhos".

 

António Borges "adorava ajudar os jovens portugueses", salientou Carlos Moedas, acrescentando que o economista "se sentia orgulhoso por os jovens portugueses conseguirem ter sucesso lá fora".

 

De acordo com o político, António Borges "era o primeiro a vibrar por ver os portugueses a terem sucesso fora do seu país".

 

Moedas reforçou que o seu falecimento "é uma perda muito grande para o país" e relatou a opinião que os colegas estrangeiros tinham dele: "Ele tinha a imagem de um grande profissional, que fazia gala em estar sempre a marcar a sua posição como português e sempre a defender os portugueses que eram bons lá fora e que tinham sucesso. Ele era um bocadinho a bandeira desses jovens".

 

E era, segundo Moedas, considerado pelos seus pares "como um dos melhores", exemplificando com a sua experiência ao nível académico enquanto reitor da escola de negócios francesa INSEAD.

 

"Foi um homem que transformou uma pequena faculdade de economia francesa numa das melhores do mundo. É um homem que deixa obra internacional e nacional", realçou.

 

Por fim, no que toca à última experiência profissional de Borges, enquanto consultor do Governo para as privatizações, Moedas, sem se querer alongar muito, sublinhou que o seu papel neste Executivo é "a monitorização do programa de ajustamento", juntamente com o primeiro-ministro, Passos Coelho, o vice primeiro-ministro, Paulo Portas, e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

 

"Essa relação de consultoria é sabida e [António Borges] foi um homem que ajudou muito. Por isso, devemos estar agradecidos e com muita pena que tenha desaparecido tão cedo", concluiu.

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