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Carlos Tavares apresenta propostas contra "dececionante comportamento" da economia

O antigo ministro da Economia vai apresentar segunda-feira um ensaio com propostas para "a já muito falada, mas não concretizada, mudança do modelo de desenvolvimento do país".

Vítor Mota
25 de Fevereiro de 2023 às 14:16
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O ex-ministro da Economia Carlos Tavares apresenta na segunda-feira um ensaio sobre o "dececionante comportamento da produtividade e da riqueza nas últimas décadas", com propostas para a mudança, na conferência inaugural de um fórum da Fundação AEP.

No ensaio, intitulado 'Um Caminho para Portugal - Uma política económica integrada para a produtividade, a inovação e o crescimento' e apresentado no Fórum Produtividade & Inovação, Carlos Tavares e Sara Oliveira Monteiro, professora universitária e especialista em Gestão de Ciência e Tecnologia, traçam "as linhas para uma política económica e financeira com caráter integrado" e "uma agenda concreta de reformas que sustente uma mudança de paradigma", disse à agência Lusa fonte oficial da fundação.

O objetivo é promover "uma mudança estrutural das condições de funcionamento e desenvolvimento da economia portuguesa" em 50 áreas de intervenção da política económica e tendo por base cinco prioridades: Aumentar a produtividade, o crescimento económico e a riqueza; fomentar o investimento e a poupança de longo prazo; garantir a sustentabilidade da Segurança Social; assegurar a saúde e a sustentabilidade das finanças públicas; e adotar uma política estável e coerente de promoção da inovação e de reforma do sistema nacional de inovação, incluindo um novo modelo de captação de investimento direto estrangeiro (IDE).

"São propostas objetivas de um programa de políticas e reformas que conduzam efetivamente a uma mudança estrutural das condições de funcionamento e desenvolvimento da economia portuguesa", enfatiza a Fundação AEP.

O projeto Fórum Produtividade & Inovação consiste num ciclo de seminários sobre temas de política económica que culminará na publicação de um livro com os trabalhos produzidos ao longo das dez sessões previstas, "incluindo uma proposta de agenda concreta de reformas destinadas à resolução do enigma da produtividade e do crescimento em Portugal".

Sob o tema 'Política e Reformas para um Crescimento Convergente e Sustentado', a conferência inaugural do fórum vai reunir na segunda-feira um primeiro grupo de académicos e economistas, incluindo a antiga diretora dos departamentos Europeu e Fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI), Teresa Ter-Minassian.

O objetivo é lançar um debate sobre as políticas e reformas promotoras do crescimento e abrir caminho para as sessões seguintes do projeto, cada uma sobre um tema específico.

"Os últimos anos têm-se revelado particularmente desafiantes para a economia mundial e Portugal, em particular, tem-se ressentido muito disso mesmo, sendo, por isso, urgente pensar políticas económicas que se ajustem às reais necessidades do país", disse à agência Lusa o presidente da Fundação AEP.

Segundo Luís Miguel Ribeiro, "ao avançar para a realização de fóruns empresariais que não só vão discutir, como apresentar ideias concretas, a Fundação AEP quer reforçar o papel das instituições no desenvolvimento do país e na procura de soluções para os problemas que assolam as empresas, enquanto procura ter uma visão de futuro que permita antecipar crises".

Em declarações à agência Lusa, o economista e ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) Carlos Tavares, mentor do projeto, destacou que, da publicação do livro, no final da iniciativa, "deverão resultar propostas bem concretizadas de política económica e de uma agenda de reformas que possam ser apresentadas aos decisores de política, à comunidade empresarial e à sociedade civil em geral".

O que se pretende é permitir "a já muito falada, mas não concretizada, mudança do modelo de desenvolvimento do país": "O objetivo deste fórum é debater as políticas e as reformas que [nos] permitam adaptar totalmente ao ambiente da zona euro e ter um percurso consistente e não intermitente de convergência com os países que são os nossos principais parceiros", disse.
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