Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque

Carlos Moreira da Silva: “A culpa da falta de produtividade não é dos trabalhadores”

Foi gestor e empresário. Hoje é investidor e participa ativamente em ações sociais e na promoção do conhecimento. Carlos Moreira da Silva, que gosta de se ver como um homem com sorte, tem ideias muito claras sobre a gestão e como resolver o problema dos baixos salários. Pelo meio, não esquece os erros que diz ter cometido no caso La Seda.
Diana Ramos, Helena Garrido e Miguel Baltazar - Fotografia 21 de Julho de 2023 às 09:30

Chegou a Lisboa vindo do Algarve onde escolheu viver por se considerar reformado. Apesar de ter uma agenda recheada. Durante uma hora e meia partilhou o tempo em que o pai obrigou a trabalhar e depois o internou num colégio por ter reprovado por faltas, os sucessos e os fracassos e a sua perspetiva sobre como se deve gerir.

 

Exigente, intolerante à preguiça e à falta de rigor, como se define, considera que um CEO que esteja muito tempo na empresa cria "adiposidades e preferidos" e, por isso, tem a regra de mudar passados dez anos.

 

Os trabalhadores, hoje mais qualificados, estão mais próximos da gestão, acredita. E considera que as remunerações têm de aumentar. Mas como a produtividade é baixa, a alternativa é distribuir lucros por todos, quando existem. E a produtividade é baixa porquê? "Não me parece que a culpa da falta de produtividade seja assacável aos trabalhadores", diz.

 

A BA, de onde saiu em 2019 após 22 anos na liderança, é o seu sucesso. A La Seda , assume, a sua derrota. "Tenho um amargo que não me perdoo", afirma, porque se deixou convencer a fazer o que não queria fazer. Hoje dedica-se a investir, a "criar valor", como diz, às ações sociais, sobre as quais resiste em falar, e ao Instituto mais Liberdade. Calos Moreira da Silva, o gestor, empresário investidor e cidadão ativo na sociedade marca o lançamento da quarta edição da iniciativa Negócios Sustentabilidade 20|30 numa conversa em que se dá a conhecer.

 

Hoje está agradecido ao seu pai por ter sido tão assertivo consigo, numa fase tão precoce da sua vida, ao corrigir as suas faltas às aulas?

Olhar para trás é sempre difícil e perceber os equilíbrios. Na altura eu fiquei revoltadíssimo, como podem imaginar, mas o resultado não foi mau.

 

Que idade tinha?

Doze anos. Na altura fiquei revoltado e julguei que aquilo era um castigozito entre a Páscoa e o verão. Depois percebi que no verão não havia praia e em setembro, quando fui levado para Oliveira de Azeméis, senti que era um castigo desproporcionado.

 

Em Oliveira de Azeméis vai para um colégio interno?

Colégio interno, sim. Nessa altura os colégios eram onde os maus alunos estavam, não é como hoje que são o local dos bons alunos. Acho que resultou bem, mas podia ter resultado mal.

 

O castigo foi desproporcionado?

Foi um bocado desproporcionado e podia ter corrido mal. Houve muitas tentações no caminho [resultantes] dessa revolta. Não correu mal, correu bem, mas julgo que podia ter corrido mal.

Saber mais Carlos Moreira da Silva La Seda
Outras Notícias
Mais notícias Negócios Premium
+ Negócios Premium
Capa do Jornal
Publicidade
C•Studio