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Capucho: Conselho de Coordenação "é indispensável" na articulação com partidos

O ex-conselheiro de Estado António Capucho considerou hoje que a criação de um Conselho de Coordenação da Coligação PSD-CDS "é indispensável", mas que para grandes questões de natureza governativa é necessária articulação entre os dois membros do Governo.

21 de Setembro de 2012 às 10:18
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"Já tinha referido que um órgão dessa natureza era indispensável e (...) tem a sua utilidade, principalmente na articulação com os grupos parlamentares e com os partidos, para não dessincronizarem em relação à posição no seio do Governo, mas para as grandes questões de natureza governativa o problema só se pode resolver havendo articulação entre os dois líderes partidários", explicou António Capucho em declarações hoje à agência Lusa.

o antigo político social-democrata António Capucho comentava assim a decisão de quinta-feira do PSD e CDS-PP de criar um Conselho de Coordenação da Coligação para "melhorar os níveis de articulação entre as direcções dos partidos, os grupos parlamentares e o Governo".

"Existiu e era relevante na década de 1970, quando Francisco Sá Carneiro e Freitas do Amaral institucionalizaram uma aliança democrática tal como agora e estavam no Governo tal como agora. A questão é que, quando tinham um problema, não vinham para a praça pública, como o que se passa actualmente", salientou.

De acordo com o ex-secretário-geral do PSD, naquela altura os líderes conversavam entre si e tentavam e conseguiam sempre "aplanar as dificuldades" e só depois reuniam com os órgãos para aprofundar o entendimento que os líderes tinham assumido e só depois se necessário é que vinham os partidos.

"Agora sempre que houver questões no Governo propriamente não tenhamos ilusões, ou há uma conversa, entendimento, uma reunião preliminar entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, ou então não há conselho nenhum do PSD ou CDS que venha resolver o problema", frisou.

Na opinião de António Capucho, neste momento o clima governamental "está desanuviado", mas ainda há muito a fazer.

"O método usado pelo Governo demonstrou ser péssimo, ou seja, em primeiro levaram as questões internas para a imprensa e depois tentaram resolvê-las, se é que já resolveram, e estou a referir-me evidentemente à Taxa Social Única e ao conjunto de medidas de austeridade que necessariamente têm de ser assumidas e são absolutamente incontornáveis", salientou.

Segundo o ex-presidente da Câmara de Cascais, se os dois líderes [do PSD e CDS-PP] chegaram a um acordo, então Pedro Passos Coelho, em primeira linha, deve falar e devolver a esperança aos portugueses para os convencer "da bondade e da inevitabilidade desta medida"s, mas que a prazo as coisas irão melhorar, que há de fato uma esperança para o futuro.

Na quinta-feira, as direções do PSD e CDS-PP reuniram-se - sem os líderes Passos Coelho e Paulo Portas -, a pedido dos sociais-democratas, para "clarificar a relação entre os partidos da coligação", que consideraram ter sido "afetada pelas decisões" dos órgãos internos do CDS-PP.

Em causa estavam as declarações que o líder do CDS-PP, Paulo Portas, fez no passado domingo, assumindo que discordou das alterações à Taxa Social Única e que defendeu "outros caminhos".

Portas, que na oposição fez da recusa de mais impostos uma bandeira, afirmou que não bloqueou a decisão para evitar uma crise nas negociações com a `troika´ e uma "crise de Governo".

No comunicado conjunto que saiu da reunião de quinta-feira, PSD e CDS-PP reafirmaram o seu empenho numa "coligação forte" e num "governo coeso", e anunciaram que vai ser criado um Conselho de Coordenação da Coligação para "melhorar os níveis de articulação entre as direções dos partidos, os grupos parlamentares e o Governo".

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