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Bruxelas: 70% das medidas orçamentais na Zona Euro são transversais

Comissão Europeia insiste em apoios mais dirigidos e vê sinal positivo no investimento público. Previsões económicas são atualizadas na sexta-feira, com Bruxelas à espera de regresso a “números positivos” em 2023.

Lusa_EPA
07 de Novembro de 2022 às 19:24
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Mais de dois terços das medidas orçamentais adotadas pelos governos da Zona Euro são transversais, contrariando a recomendação da Comissão Europeia para que o esforço de apoio dos governos se concentre nas populações mais vulneráveis, indicou nesta segunda-feira o comissário europeu para a Economia e Finanças, Paolo Gentiloni, após reunião do Eurogrupo.

 

"Segundo os nosso cálculos, a maioria destas medidas adotadas pelos Estados-membros até aqui, cerca de 70%, não são dirigidas. Significa que beneficiam todos, ou uma larga fatia da população", avaliou o responsável do executivo europeu após o encontro que, entre outros assuntos, foi dedicado à avaliação dos planos orçamentais dos Estados-membros.

 

Gentiloni avançou que os planos orçamentais apresentados representam um impulso orçamental significativo, em torno dos 2% do PIB, na sua maioria concentrado em medidas mitigadoras da subida dos custos da energia (1,25% do PIB), e suscetível de alimentar a trajetória de inflação.

 

Trata-se de um risco "indesejado", ainda que "necessário", afirmou o comissário após o encontro em que os Estados-membros discutiram a coordenação das políticas orçamentais e monetária no quadro do controlo da inflação, que terá alcançado os 10,7% em outubro nos países do euro.

 

A percentagem de medidas de apoio transversal encontradas nos planos orçamentais dos 19  representa ainda assim "um progresso" relativamente a estimativas anteriores, segundo o comissário, que instou a ir mais longe. "Creio que podemos fazer mais progressos, apesar de estarmos cientes que dirigir as medidas não é sempre fácil, política e tecnicamente, especialmente quando é preciso reagir rapidamente", disse.

 

Também Rolf Strauch, do Mecanismo Europeu de Estabilidade, defendeu medidas mais dirigidas e temporárias. "Medidas permanentes podem afetar as expectativas de inflação. Podem também criar riscos orçamentais para o futuro", defendeu.

 

Na avaliação global, Bruxelas viu por outro lado como sinal positivo uma aceleração do investimento público na generalidade dos países.

 

No desenho dos orçamentos nacionais para 2023, Bruxelas pede aos países que adotem medidas suportáveis do ponto de vista orçamental, dirigidas aos mais vulneráveis e que preservem também o "sinal de preço" que está a ser transmitido pelo Banco Central Europeu para colocar a inflação junto dos 2% no médio prazo.

 

Bruxelas irá entretanto atualizar  previsões económicas nesta sexta-feira, com o comissário europeu para a Economia a reconhecer que a generalidade dos indicadores de sentimento e de alta frequência apontam agora para contração económica nos próximos meses.

 

"Mas creio que temos que trabalhar, e podemos trabalhar, para manter números globalmente positivos no próximo ano", indicou Gentiloni.

 

Questionado pelos jornalistas sobre se a Comissão antecipa assim um período breve de contração limitado ao inverno, o responsável atirou no entanto para as previsões do final da semana. "Podemos trabalhar e devemos trabalhar para evitar um período prolongado de recessão", insistiu.

 

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