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Governo promete ”forte execução” de fundos europeus para segurar emprego, diz Medina
Ministro das Finanças participa esta segunda-feira em reunião do Eurogrupo. Portugal quer defender um caminho "estreito" que permita baixar inflação, mas evitar também a recessão.
O ministro das Finanças não comenta os alertas do Presidente da República quanto ao andamento da execução dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, mas defende o empenho do Governo e assinala que o ritmo de investimento será essencial para manter os níveis de emprego atuais ao longo do próximo ano.
"O Governo está coletivamente empenhado em assegurar uma forte execução dos fundos comunitários porque os projetos são importantes para a economia do país, e é importante também que façamos também essa boa execução em 2023 e nos anos seguintes para aguentarmos um bom nível de emprego, que temos atualmente", defendeu Fernando Medina.
Os últimos dados mensais do emprego mostram a subida numa décima da taxa de desemprego, para 6,1% em setembro. Está ainda abaixo de um ano antes, mas já com o mercado de trabalho a travar, assistindo-se a reduções no emprego e a uma subida no número de desempregados.
Para 2023, também, o Governo conta sobretudo com a execução de investimento público para alcançar a meta de crescimento de 1,3% do PIB fixada na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.
As declarações do ministro das Finanças foram feitas esta segunda-feira, em Bruxelas, à entrada para uma reunião do Eurogrupo que, entre outras matérias, discutirá os planos orçamentais apresentados pelos Estados-membros e as perspetivas económicas para o bloco europeu.
Na discussão, Portugal pretende apelar a maior coordenação entre as políticas orçamentais dos Estados-membros e a política monetária conduzida pelo Banco Central Europeu, defendendo que é possível baixar a inflação e ao mesmo tempo evitar uma recessão.
"Precisamos de conseguir ao mesmo tempo duas coisas. Precisamos, por um lado, de combater a inflação de forma eficaz, sabendo que uma parte importante da inflação – não toda, mas uma parte muito importante – deve-se à guerra, deve-se à energia, e aqui a eficácia das taxas de juro é bem mais limitada na sua resolução. Mas, por outro lado, temos de assegurar que esse processo da subida das taxas de juro não provoca ele próprio uma recessão. Nomeadamente, nos países centrais da Europa, onde a fragilidade económica é hoje mais visível", defendeu Medina.
Para o ministro, o caminho é "estreito", mas poderá ser atingível. "Se coordenarmos as políticas, podemos atingir os dois objetivos de forma bastante mais eficaz, protegendo melhor o emprego, protegendo melhor a economia dos Estados-Membros, e provocando menos dificuldades", disse. "A palavra-chave é coordenar".