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Brown apanhado na "armadilha do microfone" ainda acredita na vitória

Por cá, José Sócrates tem sido uma das maiores vítimas dos microfones que se pensa estarem desligados mas ainda estão "on". No Reino Unido, foi o primeiro-ministro Gordon Brown que agora caiu na mesma armadilha involuntária, marcando um golo na própria baliza ao chamar "fanática" a uma eleitora reformada. Os analistas dizem que a "gaffe" lhe terá custado de vez as eleições de 6 de Maio. Mas Brown recusava a atirar a toalha ao tapete.

Brown apanhado na "armadilha do microfone" ainda acredita na vitória
29 de Abril de 2010 às 09:23
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Por cá, José Sócrates tem sido uma das maiores vítimas dos microfones que se pensa estarem desligados – mas ainda estão “on”. No Reino Unido, foi o primeiro-ministro Gordon Brown que agora caiu na mesma armadilha involuntária, marcando um golo na própria baliza ao chamar “fanática” a uma eleitora reformada.

Os analistas dizem que a “gaffe”, amplamente difundida e comentada nos jornais, lhe terá custado definitivamente umas eleições que as sondagens já davam como quase perdidas. Mas Brown recusava a atirar a toalha ao tapete.

“Continuamos a lutar por um governo maioritário trabalhista. À medida que as pessoas se focarem na economia e nos serviços públicos, verão que é o Partido Trabalhista que apresenta os melhores planos para o futuro”, disse Gordon Brown em entrevista ao “Financial Times” de hoje.

Mas as sondagens sugerem que os desejos do primeiro-ministro sairão frustrados na próxima quinta-feira, 6 de Maio, quando os eleitores forem chamados às urnas. A última, publicada ontem à noite pelo “The Independent” aponta mesmo para que, após 13 anos no poder, os trabalhistas sejam remetidos a um inglório terceiro lugar, atrás de conservadores e liberais.

A imprensa britânica explora hoje amplamente nas primeiras páginas a "gaffe" da véspera primeiro ministro. O líder trabalhista foi gravado na quarta feira a chamar "fanática" [bigot] a uma eleitora que o tinha confrontado na rua sobre vários temas, entre os quais as pensões de reforma e a imigração.

Quando entrou no carro, Brown, sem se lembrar que ainda tinha um microfone ligado, comentou com um assessor que a conversa tinha sido "um desastre" e que a mulher tinha sido preconceituosa. "Ela é daquele tipo de mulheres fanáticas que disse que costumava votar [no Partido] Trabalhista", descreveu na conversa divulgada depois pelas televisões e rádios, informa a agência Lusa.

Foi o "dia do desastre", escreve em manchete o “Daily Telegraph”, o jornal de referência de maior tiragem no Reino Unido. Para o Daily Express, o primeiro ministro é um "hipócrita que envergonha o Reino Unido", enquanto que o também tablóide “The Sun” escreve que "isto é o que Brown pensa" dos eleitores.

A última grande oportunidade de alterar o que pode ser uma derrota estrondosa do "Labour" está marcada para esta noite. Brown, David Cameron (líder do Partido Conservador) e Nick Clegg (do Partido Liberal, que se tem revelado o grande “sprinter” desta campanha) vão enfrentar-se pela terceira e última vez num debate televisivo – uma das muitas “inovações” destas eleições.

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