Algumas nações emergentes já investiram no fundo europeu que comparticipa o resgate financeiro a Portugal e à Irlanda.

Entre o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul, há países que já compraram títulos de dívida do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), revelou o director financeiro desse instrumento, Christophe Frankel.

“Estamos muito felizes por ver que há alguns países dos BRICS a investir nos nossos títulos”, declarou Frankel ao jornal brasileiro “Valor Económico”, embora não tenha adiantando pormenores sobre esse facto.

“Isso representa uma diversificação muito interessante de nossa base de investidores”, continuou o responsável financeiro pelo fundo. De acordo com o jornal, Frankel espera mais investimento desse tipo.

O “Valor Económico” refere que o FEEF, liderado por Klaus Regling, está a realizar várias conferências telefónicas com bancos centrais destas nações. Por isso, espera também fazer visitas aos países.

O ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, anunciou na semana passada que se iriam discutir formas de ajuda à União Europeia entre este grupo de países.

O FEEF é um dos instrumentos europeus de ajuda aos países em dificuldades financeiras, neste caso apenas com a administração por parte dos governos da Zona Euro. O outro instrumento europeu, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), abarca já todos os países da União Europeia, sendo gerido pela Comissão Europeia.

Neste momento, espera-se que os países da Zona Euro acordem a expansão dos poderes e da própria capacidade do FEEF, como ficou decidido na cimeira europeia de 21 de Julho. O objectivo é que o FEEF esteja preparado para resgates de maior volume. Contudo, essa é uma operação que tem de ser aprovada dentro de todos os países da Zona Euro que ainda não foram intervencionados, o que ainda não aconteceu.