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Bónus dos gestores exacerbaram a crise do crédito

Numa altura em que os Estados Unidos da América discutem a eventual revisão da lei de Sarbanes-Oxley, que regula a vida societária das companhias cotadas na bolsa norte-americana, a crise do crédito de alto risco acentuou as críticas em torno dos modelos

26 de Março de 2008 às 00:15
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Numa altura em que os Estados Unidos da América discutem a eventual revisão da lei de Sarbanes-Oxley, que regula a vida societária das companhias cotadas na bolsa norte-americana, a crise do crédito de alto risco acentuou as críticas em torno dos modelos salariais assentes no pagamento de bónus e de generosas indemnizações aos gestores de topo.

Charles Prince, ex-presidente do Citigroup (10 milhões de dólares de bónus + 28 milhões em "stock options" + 1,5 milhões anuais para efeitos de reforma), Stanley O"Neill, ex-CEO da Merrill Lynch (161 milhões de dólares de reforma) e Angelo Mozilo, da Countrywide Financial (120 milhões de dólares de salário e venda de acções da empresa), foram ao congresso americano, no dia 7 de Março, explicar o porquê da sua "remuneração extraordinária" num ano em que as respectivas empresas sofreram perdas terríveis.

Desde que a crise do "subprime" estoirou nos mercados financeiros, as vozes que se insurgem contra os actuais sistemas de remuneração têm vindo a multiplicar-se e houve até quem sugerisse, no seio de uma reunião dos ministros das Finanças do G7, que a banca e os seus gestores deveriam ficar à margem dos modelos que indexam os salários à performance.

Esta semana foi Joseph E. Stiglitz, Nobel da Economia em 2001, quem tomou a palavra para apontar o dedo à lógica do "pay for performance". O economista não parece ter dúvidas: o "inconsciente" sistema de "bónus generosos" pagos aos executivos da banca de investimento ajudou a exacerbar a crise do crédito a nível global.

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