O presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, Ben Bernanke, disse que a expansão económica norte-americana vai continuar a um ritmo “moderado”, devido ao sector da construção, cujos gastos são actualmente reduzidos, e ao aumento do desemprego.

“Os dados disponíveis sugerem que o crescimento da procura privada vai ser suficiente para promover uma recuperação moderada da economia nos próximos trimestres”, afirmou Ben Bernanke, presidente da Fed, citado pela Bloomberg.

“Permanecem constrangimentos significantes no ritmo de recuperação, incluindo enfraquecimento da construção residencial e da não residencial e fracas condições orçamentais nos principais estados e governos locais”, acrescentou.

Os responsáveis do bancos central norte-americano estão a discutir como e quando vão começar a retirar os estímulos monetários, à medida que a economia começa a revelar sinais de recuperação, segundo a Bloomberg.

Bernanke sublinhou que “a futura expansão económica depende do continuo crescimento da procura privada”.

“Os gastos dos consumidores devem ajudar a uma recuperação gradual nos empregos e nos lucros”, assim sendo, “uma parte significante de tempo vai ser utilizada para recuperara milhões de postos de trabalho que foram extintos durante os últimos dois anos”, adianta a mesma fonte.

Os dados económicos dos Estados Unidos revelam que a economia está a expandir-se pelo quarto trimestre consecutivo, de acordo com os analistas consultados pela Bloomberg, com os dados a demonstrarem que a economia parece estar a recuperar, à excepção do emprego.

As vendas a retalho subiram em Março mais do que o esperado, um sinal que os consumidores vão desempenhar um papel importante na recuperação económica do país. A actividade industrial norte-americana cresceu, no mês passado, a um ritmo mais dos últimos cinco anos, e os serviços industriais cresceram ao ritmo mais rápido desde Março de 2006.

Já os subsídios de desemprego aumentaram para 162 mil pedidos no mês passado, o terceiro ganho nos últimos cinco meses, o que sugere que o mercado de trabalho ainda não está a recuperar.

O presidente da Fed referiu que os empréstimos para o consumo doméstico e os negócios ainda continuam a cair. Na maior parte dos casos “a queda reflecte uma quebra na procura e o facto de muitos potenciais clientes [de crédito] já não estão qualificados para empréstimos, ambos resultado de uma economia fraca”, adiantou o responsável.

O índice que mede os preços para os consumidores foi de 1,1% anual em Março contra 1,3% no mês de Fevereiro.