Notícia
Berlim afasta chefe de cibersegurança por ligações à Rússia
O presidente da Autoridade Federal de Cibersegurança da Alemanha foi afastado do cargo, com o Governo a afirmar que a confiança "na neutralidade e imparcialidade da sua liderança" ficou danificada. Em causa está a proximidade a uma empresa de um antigo membro do KGB.
Arne Schönbohm, presidente da Autoridade Federal de Cibersegurança (BSI, na sigla alemã) desde 2016, foi afastado esta terça-feira pelo ministro da Administração Interna, avança a revista Der Spiegel, que cita fontes ligadas à segurança.
Um porta-voz do ministério confirmou o afastamento de Schönbohm, indicando que "a necessária confiança do público na neutralidade e imparcialidade da sua liderança como presidente de uma das mais importantes agências de cibersegurança alemãs ficou danificada", cita o Guardian.
Schönbohm começou a ser investigado depois de Jan Böhmermann, apresentador de um famoso programa de televisão, chamar a atenção para a ligações a uma empresa russa.
Antes de liderar o BSI, Schönbohm ajudou a estebelecer o Conselho de Cibersegurança da Alemanha, uma associação privada que aconselha negócios e legisladores sobre matérias de cibersegurança, descreve a BBC.
De acordo com a imprensa alemã, Schönbohm terá mantido ligações próximas com esta associação, a que pertence uma empresa chamada Protelion, subsidiária de uma firma russa alegadamente estabelecida por um antigo membro do KGB.
A Protelion foi expulsa da associação no fim-de-semana passado, e o Conselho de Cibersegurança da Alemanha diz que as acusações de ligações aos serviços secretos russos são falsas.
A Der Spiegel já tinha avançado que Schönbohm pediu que fosse aberto um processo disciplinar formal contra si, depois de não ter recebido "feedback" do governo após acusações iniciais.