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BCE deve manter juros nos 4,5%
O BCE deverá manter hoje inalterada a sua taxa directora nos 4,5%, com os recentes sinais de abrandamento na Zona Euro a não serem suficientes para levar a instituição a alterar a sua política de aguardar pela queda da inflação antes de baixar os juros.
Entre os principais bancos centrais mundiais, o BCE é aquele que menos baixou as taxas desde o início deste ano, ao efectuar uma única redução de 25 pontos base no dia 10 de Maio, na tentativa de estimular o crescimento económico da Zona Euro.
A renitência da instituição liderada por Wim Duisenberg (na foto) em baixar os juros está relacionada com o nível da inflação na zona da moeda única, que desde o ano passado se encontra acima da meta de 2% traçada pela autoridade monetária europeia.
Em Junho, a taxa de inflação da Zona Euro, medida pelo índice de preços no consumidor (IPC) harmonizado, abrandou para os 2,6%, abaixo dos 2,9% registados no mês anterior.
Esta diminuição, conjugada com indicadores avançados que apontaram para a queda da inflação da Alemanha, a maior economia da Zona Euro, no mês de Julho, levantaram algumas expectativas de que o BCE poderia optar de imediato por iniciar uma tendência descendente ao nível do preço do dinheiro.
No entanto, o agregado da massa monetária da Zona Euro, ou M3, cresceu em Junho para os 6,1%, depois de situar-se nos 5,1% no mês anterior, afastando-se do objectivo de 4,5% traçado pelo BCE.
O aumento verificado no M3, que funciona como um indicador avançado relativamente à inflação, veio reduzir as possibilidades de descida de taxas na zona da moeda única, uma vez que deixou em aberto a possibilidade de novas subidas das pressões inflacionistas no futuro próximo.
Ao longo das últimas semanas, vários membros do BCE, entre os quais o presidente do Bundesbank, Ernst Welteke, afirmaram que pretendem aguardar por dados que confirmem o abrandamento das pressões inflacionistas, antes de cortar as taxas de juro.
A descida dos juros costuma impulsionar o investimento e o consumo, devido à redução dos encargos afectos à contracção de empréstimos. No entanto, este movimento pode também levar ao aumento das pressões inflacionistas, devido ao incremento da procura.
A autoridade monetária do Reino Unido, um país que não integra a União Económica e Monetária (UEM), também vai reunir hoje, com os analistas a estimarem que esta instituição decida também manter a sua taxa directora inalterada.
A principal taxa de juro do Banco de Inglaterra situa-se actualmente nos 5,25%, depois de três reduções efectuadas desde Janeiro, num total de 125 pontos base.