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Banco Central Europeu abre a porta a subida em 50 pontos base das taxas de juro

Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu, alerta que as preocupações da autoridade monetária na reunião de julho "não foram aliviadas".

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As perspetivas de inflação na Zona Euro do Banco Central Europeu (BCE) não melhoraram desde a subida das taxas de juro em 50 pontos base no mês passado. Quem o diz é um dos membros da comissão executiva do BCE, Isabel Schnabel, numa entrevista à Reuters, colocando, assim, em cima da mesa um outro incremento das taxas diretoras com o mesmo valor no dia 8 de setembro.

"Em julho decidimos aumentar as taxas de juro em 50 pontos base porque estávamos preocupados com a inflação", começou por explicar Schnabel, "mas as preocupações que tínhamos em julho não foram aliviadas... não considero que as perspetivas tenham mudado fundamentalmente".

Um aumento das taxas de juro já no próximo mês está a ser visto como garantido, mas há debate sobre a dimensão da subida. De acordo com a agência de notícias, o consenso de mercado está agora a apontar para um salto de 55 pontos base em setembro e 118 pontos base combinados, até ao final de 2022.

Isto porque a inflação pode continua a subir, à medida que os preços da energia também aumentam de forma acentuada e o crescimento económico abranda. "Eu não excluiria isso. No curto-prazo, a inflação vai continuar a subir" e "vai demorar algum tempo até que a inflação volte ao patamar de 2%", diz Schnabel.

Questionada sobre os riscos de uma recessão, a responsável esclarece que há indícios "de que o crescimento económico desacelere e não está fora da mesa que entremos numa recessão, especialmente se as importações da Rússia forem ainda mais afetadas". Mas, mesmo com uma recessão, a economista, que faz parte do núcleo duro do BCE, adianta que pode não ser suficiente para trazer a inflação de volta a uma linha de controlo de 2%. "O abrandamento do crescimento da economia provavelmente não é suficiente para abrandar a inflação", diz.

Quanto aos custos de empréstimo de países mais endividados, como a Grécia ou Itália, o BCE tem estado a comprar dívida para proteger os países do sul da Europa da subida das "yields". Um sinal disso mesmo é que a dívida de Itália, Espanha, Portugal e Grécia na posse da autoridade monetária aumentou em 17,3 mil milhões de euros no início de agosto. Schnabel esclarece que os mercados estão mais estáveis agora, mesmo que a volatilidade se mantenha elevada e a liquidez seja baixa.

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