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Bastonário dos Economistas aconselha Vítor Gaspar a ouvir mais parceiros sociais
O bastonário da Ordem dos Economistas, Rui Martinho, aconselhou o ministro das Finanças a ouvir mais a concertação social. Em entrevista ao Público, o responsável em resposta à pergunta: “A mensagem que está a deixar é esta: ‘Olha, Gaspar, daqui para a frente ouve os parceiros sociais antes de tomares decisões?”, respondeu: “Isso convém sempre”.
Rui Martinho indagado ainda sobre se apelidaria de incompetente o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, tal como foi feito ao ex-ministro, Teixeira dos Santos, por não conseguir controlar a despesa pública, disse que a “questão não se coloca nesses termos”. “O excesso de despesa pública não vem de agora, nem do Governo anterior. Nunca, ou raramente, foi possível fazer um corte na despesa pública”, aferiu. Ainda assim, deixa um recado a Gaspar, é necessário dialogar mais em concertação social.
O bastonário da Ordem dos Economistas afirmou ainda que em Portugal "vive hoje no limite da paz social e é preciso que as medidas sejam pacificamente implementadas".
Em relação ao relatório que o Negócios divulgou em primeira mão, o bastonário comentou que “é preciso saber se quem o encomendou está satisfeito e se o quer implementar”. Rui Martinho sublinhou que não houve surpresas sobre as áreas em que os cortes iriam incidir, ainda assim “o que me surpreendeu foi o facto de o relatório não ter sido antecedido de uma explicação”. “Lido de chofre poderá assustar as pessoas, que ficam com uma ideia de que o que pode vir é ainda mais austero e difícil do que aquilo que já vivem… Mas se dividirem ainda mais os portugueses, isso inviabiliza a sua aplicação”, acrescenta.
O desemprego lidera as preocupações de Rui Martinho “quer o que está nas estatísticas quer o das pessoas que ainda não tiveram o primeiro emprego e não estão contabilizadas”. A solução para o flagelo? “A reindustrialização dos sectores da pesca, da agricultura e das industria, com a criação de novas unidades, podem ajudar a dimminuir a chaga social que é o desemprego”, remata.