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Bancos espanhóis suspendem acções de despejo durante dois anos

As famílias espanholas financeiramente mais vulneráveis vão ser poupadas às execuções hipotecárias. BES é um dos bancos que firmou o compromisso.

Bancos espanhóis suspendem acções de despejo durante dois anos
12 de Novembro de 2012 às 13:13
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A Associação Espanhola da Banca (AEB) anunciou hoje que aceita a proposta do governo de congelar, durante dois anos, as execuções hipotecárias. Isto em “casos em que se verifiquem circunstâncias de extrema necessidade”, o que pressupõe as famílias mais vulneráveis. “Perante o alarme social gerado pelas execuções hipotecárias”, a associação patronal da banca divulgou em comunicado que chegou a um compromisso com todos os seus membros, que paralisarão os despejos nos dois próximos anos, refere o “El País”.

A associação não explicou em que consistem as “circunstâncias extremas”, mas a medida é tomada por “razões humanitárias” e “no âmbito da responsabilidade social” dos bancos membros da AEB. Estes bancos pretendem, assim, “contribuir para aliviar a situação de desamparo de muitas pessoas devido à crise económica”, sublinha o comunicado.

Entre alguns dos bancos associados da AEB estão o Banco Espírito Santo, Santander, BBVA, Banca March, Banco de Valencia, Banco Gallego, Banco Popular, Sabadell, Banesto, Barclays, Deutsche Bank, refere o “Cinco Días”.

O comunicado da AEB surge depois de o governo espanhol ter anunciado a criação de um grupo de estudo, com o principal partido da oposição, visando encontrar uma solução para o problema dos despejos e tendo como intuito uma possível reforma da lei hipotecária, diz o “Expansión”. A primeira reunião deste grupo de estudo está prevista para hoje.

Recorde-se que hoje entraram em vigor, em Portugal, as novas regras para renegociação do crédito à habitação, em que os devedores em situação económica difícil passam a beneficiar de um regime extraordinário que facilita a reestruturação do crédito e evita a execução da hipoteca em tribunal.

As execuções hipotecárias têm sido alvo de profundo debate nas últimas semanas em Espanha, numa altura em que os despejos das famílias incumpridoras levaram a situações-limite no país, como o suicídio. Os bancos reconheceram que deram crédito para a compra de casa a muitas famílias que tinham capacidade para serem apenas inquilinos e não senhorios.
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