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Banco de Portugal diz PIB nacional cresce 1,8% em 2001 (act)

O PIB nacional cresceu a uma taxa de 1,8% em 2001, segundo as previsões do Banco de Portugal publicadas hoje no Boletim Económico de Março. As previsões são mais optimistas do que as adiantadas pelo INE, que apontam para um crescimento de 1,7%.

30 de Abril de 2002 às 14:15
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O produto interno bruto (PIB) nacional cresceu a uma taxa de 1,8% em 2001, segundo as previsões do Banco de Portugal publicadas hoje no Boiletim Económico de Março. As previsões são mais optimistas do que as adiantadas também hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para um crescimento de 1,7%.

Este valor compara com uma evolução da economia nacional a uma taxa revista em alta de 3,6% em 2000. O Banco de Portugal, até à data, afirmava que o PIB havia crescido 3,5% em 2000, tendo subido esse valor em 1 ponto percentual, à semelhança do INE. Aquele instituto, anteriormente, tomava como boa a evolução de 3,4% da nossa economia em 2000.

A confirma-se estes valores Portugal, o ano passado, voltou a convergir com a Zona Euro, que deverá ter crescido 1,5%. As previsões apontam para que esta situação se altere este ano, com Portugal a registar a taxa de crescimento mais baixa entre os parceiros europeus.

«O abrandamento da actividade económica em 2001, resultou do enfraquecimento da procura externa relevante para a economia portuguesa e, sobretudo, da continuação do processo de ajustamento da procura interna, iniciado no ano anterior, em particular as suas componentes de consumo e investimento privados», justifica a instituição liderada por Vítor Constâncio.

Em 2001, segundo o Banco de Portugal, as variações negativas de algumas componentes da procura interna com maior conteúdo importado acabaram por afectar o contributo da mesma na formação do PIB.

O consumo privado cresceu a uma taxa de 0,8% em 2001, contra uma evolução positiva de 2,8% em 2000. O consumo público avançou 2,9%, valor que compara com um crescimento de 3,8% em 2000.

«Em resultado, no ano de 2001, o contributo da procura interna para o crescimento do produto diminuiu para 1 ponto percentual», valor que compara com os 3,4 pontos percentuais registados no ano anterior.

Contributo da procura externa para formação do PIB aumenta em 2001

As exportações registaram uma queda no crescimento em 5,2 pontos percentuais dos 8,5% em 2000 para os 3,3% em 2001. As importações registaram uma queda semelhante no seu crescimento dos 5,7% para os 0,5% em 2001.

«A evolução da procura global permitiu uma desaceleração das importações que mais do que compensou o abrandamento das exportações, determinando que o contributo positivo da procura externa líquida para o crescimento do PIB tenha aumentado em 2001 para 0,9 pontos percentuais», contra os 0,2 pontos percentuais verificados em 2000.

A procura global aumentou 1,4% em 2001 contra a evolução de 4,2% em 2000, enquanto a formação bruta de capital fixo registou uma variação negativa em 0,8%, contra um crescimento de 4,8% no ano anterior.

Taxa de poupança das famílias aumenta em 2000 e 2001

A taxa de poupança das famílias porttuguesas aumentou em 2,2 pontos percentuais em rácio do rendimento disponível no conjunto dos últimos dois anos, diz o Banco de Portugal

«Esta recuperação estará, em parte, associada ao processo de ajustamento da situação financeira das famílias , que têm de fazer face à amortização da dívida contraída nos últimos anos», explica a instituição no Boletim Económico.

A poupança também cresceu devido às incertezas das famílias quanto à evolução futura da economia nacional e que se reflecte na queda do indicador de confiança dos consumidores ao longo de 2001.

Quadro do Banco de Portugal com os principais indicadores económicos

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  1999 2000 2001
Consumo privado 5,3% 2,8% 0,8%
Consumo Público 5,7% 3,8% 2,9%
FBCF 4,6% 4,8% -0,8%
Variação de existências* 0,1% -0,4% 0,1%
Procura interna 5,2% 3% 0,9%
Exportações 3,4% 8,5% 3,3%
Procura Global 4,8% 4,2% 1,4%
Importações 7,5% 5,7% 0,5%
PIB 3,8% 3,6% 1,8%

*contribuição para o PIB em pontos percentuais

Por Ricardo Domingos

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