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Banca espanhola diz que não precisa de ajuda do governo

O financiamento adicional, identificado pelos líderes europeus no âmbito do reforço das exigências de capital, vai ser conseguido por meio de obrigações convertíveis e outras medidas, referem hoje os bancos do país vizinho.

27 de Outubro de 2011 às 16:02
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Os bancos espanhóis não vão recorrer ao financiamento estatal para angariarem os 17 mil milhões de euros de capital que ainda precisam – segundo os cálculos da autoridade reguladora do sector na Europa – European Banking Authority (EBA) -para se adequarem às novas exigências de capital.

Segundo os cálculos da EBA, a banca espanhola precisa de mais 26 mil milhões de euros para atingir o rácio de capital Core Tier 1 de 9% exigido pela autoridade reguladora europeia até Junho de 2012, isto já deduzindo as amortizações decorrentes das perdas com a exposição à dívida soberana.

Mas uma vez que a EBA reconheceu como válidos, para esse montante de 26 mil milhões, os 9 mil milhões de euros de obrigações convertíveis que a banca espanhola já vendeu, o sector precisa então apenas de 17 mil milhões. E hoje já veio dizer que não precisa de recorrer ao dinheiro do governo espanhol para angariar esse montante, refere a Bloomberg.

O Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), que precisa de mais 7,09 mil milhões de euros, segundo as contas da EBA, avançou hoje que vai recorrer à retenção de lucros para o conseguir. Além disso, está em conversações com o Banco de Espanha para proceder a mudanças no âmbito dos activos ponderados pelo risco, que são usados para calcular o “core capital”.

Já o Santander diz que também irá gerar capital através dos lucros obtidos e que continuará a trabalhar no sentido de optimizar os activos ponderados pelo risco.

Simultaneamente, ambos os bancos sublinharam que pretendem manter as suas políticas de distribuição de dividendos.

Quanto ao Banco Popular Espanol, salientou que a sua necessidade adicional de capital, no valor de 2,36 mil milhões de euros, será colmatada através de obrigações convertíveis que já foram emitidas, bem como por meio da extensão de um programa de distribuição de dividendos em acções em vez de dinheiro.

Além disso, o Banco Popular também quer introduzir melhorias de capital, mediante a redução de activos ponderados pelo risco. Estas medidas não afectarão os planos do banco de comprar o Banco Pastor, sublinhou em comunicado citado pela Bloomberg.

O Grupo BFA, que controla o Bankia, também descartou a possibilidade de recorrer a fundos públicos para conseguir os 1,14 mil milhões de euros que a EBA disse serem necessários para se harmonizar com as novas exigências.

Por sua vez, o grupo La Caixa, que controla o CaixaBank, referiu que vai angariar “facilmente” os 602 milhões de euros necessários, através do capital que gera organicamente.

Ontem, a EBA divulgou que, pelas suas estimativas, os bancos europeus precisam de 106 mil milhões de euros, que terão de injectar até ao final de Junho do próximo ano. A banca portuguesa precisa de 7,804 mil milhões de euros para satisfazer as exigências reforçadas em termos de capital definidas ontem pelos líderes europeus e que se inserem no programa de recapitalização da banca.

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