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Aumentos salariais devem ter em conta referenciais acordados nos países concorrentes

As negociações salariais nas empresas devem ter em conta, além da produtividade, os aumentos registados no sector privado dos países concorrentes de Portugal, como Espanha ou Alemanha, defende o managing partner da Boyden, Luís Alves Monteiro.

09 de Setembro de 2008 às 11:18
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As negociações salariais nas empresas devem ter em conta, além da produtividade, os aumentos registados no sector privado dos países concorrentes de Portugal, como Espanha ou Alemanha, defende o managing partner da Boyden, Luís Alves Monteiro.

Em declarações à agência Lusa, o ex-secretário de Estado da Indústria e agora responsável da empresa especializada em recrutamento de executivos, considera que "os acréscimos salariais não poderão ser decididos sem ter em conta os níveis de produtividade que se possam gerar". Mas, também "deverão estar relacionados com os acréscimos salariais que se verifiquem no sector privado nos países nossos concorrentes [Espanha, Alemanha, França ou Itália], com vista a mantermos e, se possível, melhorar os nossos níveis de competitividade", acrescenta.

Alves Monteiro salienta, por outro lado, que a política de remunerações das empresas tenderá a integrar uma componente fixa e uma parte variável atribuída ao trabalhador em função do cumprimento de objectivos definidos e da produtividade.

"A política de remunerações virá, gradualmente, a conter uma parcela de remuneração fixa e uma parcela variável", sendo esta atribuída "em função de atingir os objectivos que são previamente fixados", preconiza.

E, para a concretização deste sistema, já seguido em Portugal por várias empresas de maior dimensão e mesmo por algumas PME, "a avaliação de desempenho é fundamental", salienta Alves Monteiro.

No sector público, Alves Monteiro reconhece que "é difícil [obter] o equilíbrio" entre as expectativas dos trabalhadores e as condições que o Governo tem para para subir salários. Numa altura em que os sindicatos começam a apresentar as suas propostas de aumentos salariais para 2009, os quais "são referências" para as negociações no sector privado, o ex-secretário de Estado realça a necessidade de analisar os níveis de produtividade e a situação económica do país.

Os funcionários públicos, através do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), dizem ter perdido cerca de 11 por cento do poder de compra no últimos oito anos e querem recuperá-lo.Por outro lado, "o Governo tem de atender ao que é a eficiência da economia e aos agregados macro-económicos" e "se não quer ter um défice orçamental elevado, ou aumenta as receitas, com mais impostos" ou opta pela "contenção de custos onde pesam de forma relevante os salários".

"Estamos no limite do que é suportável", acrescenta Alves Monteiro, especificando que "as receitas recolhidas pela via dos impostos já atingiram valores percentuais que levam a considerar que o estímulo à iniciativa privada, quer no consumo, quer no investimento, deverá ser assegurado pela sua redução a prazo".

Luís Alves Monteiro é managing partner da Boyden - Global Executive Search e sócio international da Boyden World Corporation, tendo desempenhado as funções de secretário de Estado da Indústria entre 1989 e 1995.

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